Postado em 01/08/1998
Em 21 de abril de 2000, nas comemorações dos 500 anos da chegada dos primeiros portugueses, estaremos celebrando um evento distante e emblemático: a origem daquilo que chamamos de país, pátria, rincão natal, Brasil. Nesses cinco séculos, muitos acontecimentos contribuíram para a formação do que somos hoje: a conjunção das várias etnias com a riqueza de resultados que tal processo ensejou, os movimentos históricos pleiteando autonomia, as lutas de minorias visando maior liberdade e participação. O que poderemos ser no futuro é o que os 500 anos nos convidam a discutir. Qual o rosto do homem brasileiro da passagem, da travessia dos anos "milenovecentos" frente aos novos desafios do século 21? O que o brasileiro poderá fazer para resolver os atuais problemas, que afinal não são muito recentes e tampouco desconhecidos? Para tentar desenhar esse rosto, o Em Pauta deste mês traz artigos exclusivos de filósofos, artistas e historiadores que abrem o debate e ajudam na arquitetura desse espelho necessário. Talvez o mais aflitivo e preocupante problema nacional seja a qualidade da educação. A atual e a que queremos para o futuro próximo, para nós, nossos filhos e netos. Este é o tema da nossa matéria de capa de agosto. Parece-nos imperativo que um dos caminhos para a justa equação e encaminhamento de soluções seja o consórcio de todos: Governo, instituições e sociedade civil. A matéria mostra algumas iniciativas que demonstram a real possibilidade de encontrar respostas para diminuir tempo, racionalizar recursos e amenizar certas mazelas crônicas, mas não menos solucionáveis. Na entrevista, Viviane Senna fala sobre as atividades do instituto que leva o nome do irmão, Ayrton Senna, inesquecível piloto brasileiro, além de propor saídas para alguns enclaves socioculturais do país. Na matéria Todas as Idades do Esporte, especialistas indicam quais as atividades físicas mais adequadas para cada fase do desenvolvimento humano. Mostra ainda, que não importa a idade, sempre existe um esporte compatível e prazeroso. No conto, Antônio Torres escreve sobre um encontro de amor e separação durante os anos do regime militar. E, no P.S., Claudia Ortiz conta a curiosa história da mulher que não sabia ler e, mesmo assim, "lia". Danilo Santos de Miranda
Diretor Departamento Regional do SESC-SP