Postado em 03/09/2003
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Projeto ambiental vai recuperar o velho Parque Dom Pedro
FERNANDO MAGALHÃES CHACEL
Fernando Magalhães Chacel é arquiteto formado pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil. Iniciou sua formação de paisagista com Burle Marx. Ocupou diversos cargos públicos na área do meio ambiente, antes de instalar seu próprio escritório de projetos e consultoria.
Lecionou paisagismo no Brasil e no Canadá. Nos últimos anos vem trabalhando na recuperação da região da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No ano de 2002 elaborou o projeto de recuperação ambiental e urbanística do Parque Dom Pedro II, em São Paulo. Foi esse assunto que debateu no Conselho de Economia, Sociologia e Política da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, no dia 12 de junho de 2003. O texto a seguir é resultado do encontro.
Um parque dentro de uma cidade é um espaço livre urbano. Essas áreas nem sempre são pensadas como parques. Em algumas situações, dependem bastante de vontade política, pois muitas vezes há outras prioridades, voltadas mais para o desenvolvimento imediato, com uma visão mais pragmática.
No Rio de Janeiro, por exemplo, foram construídos dois parques que continuam importantes hoje, apesar do crescimento da cidade. Um deles, o Passeio Público, o primeiro executado no Brasil, ainda na época do vice-rei dom Luís de Vasconcelos e Sousa, veio atrelado a uma situação inicial de saneamento da lagoa do Boqueirão, que era insalubre. O outro deveu-se a um projeto viário, com quatro pistas de rolamento que ligam a Zona Sul ao centro da cidade, no Parque do Aterro.
O trabalho de recuperação do Parque Dom Pedro II representa essa relação difícil entre o processo de urbanização e o espaço livre urbano. No caso, é uma área destinada a ser parque, conforme o projeto do arquiteto paisagista francês Joseph-Antoine Bouvard.
A vontade política pode ser ideológica também, como no caso do park movement, nos Estados Unidos, que defendia a necessidade de criar parques nacionais e reservas integrais dentro do tecido urbano. O pioneiro desse trabalho foi o paisagista norte-americano Frederick Law Olmsted, técnico pragmático e homem de visão social, criador do Central Park de Nova York e precursor de uma série de soluções atualmente incorporadas ao nosso dia-a-dia, como a separação entre pedestres e veículos.
Hoje vivemos um período voltado para o desenvolvimento sustentado, com um movimento ecológico atuante e consolidado. Assim, a criação de novos parques, a obrigatoriedade dos estudos de impacto ambiental e ações compensatórias já fazem parte da legislação. Tivemos assim grandes progressos na relação entre desenvolvimento e meio ambiente.
No Central Park, Olmsted, que era também jornalista e sociólogo, teve a intenção de trazer elementos naturais da paisagem para dentro do tecido urbano. Os parques criados por ele não têm grandes equipamentos de lazer, pois seu interesse era fazer com que o homem retomasse o contato com a natureza. Daí os gramados extensos, áreas arborizadas e a presença de água.
Outra obra sua é o Parque Mont Royal, já em situação diferente. Fica em Montreal, uma cidade plana que tem apenas um pequeno morro, o Mont Royal, que é um monumento natural. O arquiteto partiu de uma situação física e biótica para propor soluções. Nesse parque há diversos compartimentos paisagísticos, como uma área totalmente ocupada por samambaias e bosques plantados como complemento à vegetação existente, sempre com a idéia de valorizar o monumento natural.
O Passeio Público, no Rio de Janeiro, foi projetado por mestre Valentim da Fonseca e Silva, brasileiro que fez seus estudos em Portugal. Há uma forte influência francesa no traçado com eixos, entre as azaléias e elementos de nossa flora.
O francês Auguste-François-Marie Glaziou, o engenheiro florestal que projetou a floresta da Tijuca e o Campo de Santana, foi mais tarde chamado para reformar o jardim de mestre Valentim. Este era um brasileiro que fez um jardim à francesa, e Glaziou, um francês que fez um jardim à inglesa. Nessa miscelânea, muito se perdeu. Mantiveram-se apenas os obeliscos originais e algumas construções.
Ainda no Rio de Janeiro, uma obra importante é o jardim projetado por Burle Marx no Museu de Arte Moderna. É quase uma pintura concretista.
Esses trabalhos mostram também como a estrutura do espaço livre é frágil e é preciso lutar para protegê-la. A verdade é que as pessoas que necessitam de áreas livres também pedem escolas para seus filhos, hospitais e moradia. É complicado encontrar o ponto de equilíbrio. Mas se o espaço livre urbano não tem funções muito específicas, tende a desaparecer por causa da agressividade da urbanização.
Inundações
O Parque Dom Pedro II, em São Paulo, tem área oficial em torno de 70 mil metros quadrados. O projeto de restauração prevê a ampliação para 220 mil metros quadrados. Ele está situado na várzea do Carmo, que durante muito tempo sofreu inundações do rio Tamanduateí. Foi a partir do século 19 que aconteceram alguns trabalhos de aterramento, abrindo espaço para áreas de recreação.
O projeto de Bouvard envolvia os dois lados do rio Tamanduateí, que não estava retificado; havia até uma ilha junto à margem direita. Na verdade, ele nunca chegou a ser totalmente implantado. Em nosso projeto, estamos incorporando algumas áreas, como a do Palácio das Indústrias e a do metrô. Identificamos uma série de espaços remanescentes de diversas intervenções do passado e os estamos integrando ao parque. Temos o quartel, hoje tombado e desativado, o Colégio São Paulo, igualmente tombado, o próprio Palácio das Indústrias, que ainda é a sede da prefeitura municipal. A idéia não é fazer demolições, porque o Brasil é pobre e demolir significa também decidir o que fazer com o entulho. Há problemas de transporte, além dos impactos em outras áreas. E criamos ligações com a outra margem do Tamanduateí. Isso tudo permitiu chegar à área total de 220 mil metros quadrados.
A divisão do parque em dois foi provocada pelo sistema viário, após a abertura da Avenida do Estado. É preciso religar essas áreas. Para os viadutos propusemos soluções voltadas para seu uso também por pedestres, reduzindo as faixas de rolamento ou construindo calçadões.
O Palácio das Indústrias tem uma história interessante. Foi um elemento de prestígio e se transformou em ateliê de escultores, onde o próprio Vítor Brecheret trabalhou. Mais tarde foi sede da Assembléia Legislativa, entrando em seguida num processo de declínio. O prefeito Mário Covas tinha intenção de mudar isso e talvez levar para lá a prefeitura, e foi o que aconteceu depois, com Luiza Erundina. Com este novo projeto, o palácio voltará a ser local de eventos, retornando de certa forma às origens.
O terminal de ônibus atual é outro problema. Mas também graças a ele o parque é bem servido de transporte público. Além do terminal rodoviário, há o metrô, o VLP (Veículo Leve sobre Pneus, projeto em instalação), uma rede externa de estacionamentos, ociosa nos fins de semana, que pode ser aproveitada.
A idéia básica não é repetir o projeto de Bouvard, mas utilizar alguns elementos que faziam parte dele. A área sofreu uma série de impactos negativos – a região é carente de verde –, e estamos buscando espaços remanescentes para preencher com vegetação, para mitigar uma situação desfavorável sob o ponto de vista não apenas estético, mas de uso e de qualidade de vida. O Palácio das Indústrias deve ser integrado na área do parque, conforme previsto no projeto original, para que possa desempenhar com plenitude sua função de pólo de eventos. E haverá aproveitamento do transporte coletivo existente na área para facilitar o acesso do público. Uma das coisas importantes que o Parque Dom Pedro tem é a acessibilidade.
No subsolo poderiam ser instalados todos os serviços, sanitários, segurança, etc. O projeto prevê uma extensa arborização, várias áreas de uso intensivo, um sistema viário para pedestres, com passarelas e calçadões nos viadutos que vão desembocar no parque e também uma reestruturação do espaço destinado aos camelôs.
No Palácio das Indústrias, a proposta prevê um estacionamento, aumento da área do jardim, espaço para esculturas e dois postos de acesso, um deles da passarela do Tamanduateí. O Colégio São Paulo será praticamente mantido, apenas com pequenos retoques na parte de vegetação. Deixamos uma grande área gramada para eventos, com capacidade para até 3 mil pessoas. Haverá um lago e palco para orquestra.
Há outros espaços hoje degradados que vão também se transformar em parque. O projeto prevê áreas para crianças, como também para pessoas idosas, além de um centro da juventude, com instalações para esporte, piscina, lazer e biblioteca. Para isso seria reformado o quartel do 2º Batalhão de Guardas, que tem condições de se transformar em um misto de centro cultural, esportivo e recreativo, que talvez comporte um setor de preparação de mão-de-obra intermediária. São idéias iniciais, de anteprojeto.
Trabalhamos sempre com áreas muito arborizadas em contraponto às estruturas de concreto, muito pesadas e gigantescas. E no trecho junto à Praça Ragueb Chohfi, há uma rua que praticamente destruiu a praça. Pretendemos recuperá-la, instalando uma passagem para pedestres.
Debate
MALCOLM FOREST – O projeto de revitalização do Parque Dom Pedro é muito necessário para São Paulo. Acredito que poderia integrar também o Mercado Municipal e a zona cerealista. No projeto de Bouvard não aparecem as sete voltas do rio Tamanduateí, a Inhapuã Buçu, uma grande serpente. Existe uma proto-história muito interessante sobre esse local, e eu gostaria de sugerir que se resgatasse a ilha dos Amores para São Paulo. Talvez se possa instalar uma pequena ilha simbólica para lembrar que existiram o rio das Sete Voltas e a ilha dos Amores. Também gostaria que houvesse uma solução para o Edifício São Vito, ao lado do Mercado Municipal, que representa um grande risco de sinistro.
JACOB KLINTOWITZ – Tenho uma observação a fazer a respeito do Palácio das Indústrias. Ele tem uma importância muito grande para nós, brasileiros, no que se refere ao novo padrão estético do país. Quando Brecheret trabalhou nesse local, ele estava em construção ainda. O uso foi cedido por Ramos de Azevedo, que dirigia o Liceu de Artes e Ofícios quando Brecheret lá estudou, em 1912. Foi nesse palácio, na verdade, que se iniciou o modernismo brasileiro; Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e um grupo de pessoas se deslumbraram com a construção, porque o Brasil não tinha ainda um marco modernista. Em 1913, Lasar Segall, que vinha da grande escola expressionista alemã, tinha feito duas mostras, mas não deixou marcas. Em 1917, Anita Malfatti, quando realizou a famosa exposição que provocou aquele escândalo, praticamente paralisou sua vida de artista. Ela se desestruturou com a polêmica. E era uma exposição frágil do ponto de vista estético. Quando o pessoal de São Paulo, que tinha a teoria do modernismo mas não o artista, encontrou a obra de Brecheret, surgiu a idéia de lançar oficialmente o modernismo brasileiro, que estava atrasado em relação ao europeu.
Sendo assim, ao se recuperar o Palácio das Indústrias, não seria possível remontar o ateliê de Brecheret? Existe a documentação, Menotti del Picchia, que escreveu sobre isso com o pseudônimo de Hélios, registrou tudo, há fotografias, e isso é fundamental para o estudo da história brasileira.
FÉLIX MAJORANA – Professor Chacel, notei no seu projeto que ficaram fora alguns pontos importantes da história daquela região. Antigamente, no Parque Dom Pedro a Avenida do Estado fazia uma curva e passava junto ao Gasômetro e à Casa das Retortas. Ali havia sempre pessoas sentadas na calçada porque se acreditava que o vapor que saía das bocas-de-lobo dilatava os brônquios, curando asma e bronquite. Mais tarde a Comgás transformou a Casa das Retortas em museu. Hoje, a parte em que fica o Gasômetro está deteriorada. Seria bom se tudo isso fosse incorporado na restauração total do parque.
CHACEL – A Casa das Retortas foi incluída, na tentativa de ligá-la com o parque. Há um projeto para construção de conjuntos residenciais do lado da Rua da Figueira. No caso do mercado também existe plano de incorporação.
ISAAC JARDANOVSKI – Mas antes disso o Edifício São Vito precisaria ser demolido.
CHACEL – Isso permitiria até a ligação com o Mercado Municipal.
EDUARDO SILVA – Também gostaria que a restauração proposta fosse mais ampla. Não se pode deixar de considerar o comércio da Rua 25 de Março e da zona cerealista, que vai mudar de lá. Passada esta oportunidade, dificilmente vamos ter uma solução adequada. Estava na hora de o poder municipal oferecer um projeto mais completo para toda essa área até o Pátio do Colégio, sem esquecer as ladeiras de comércio intenso que existem hoje.
VAMIREH CHACON – Pergunto quais seriam as conclusões urbanísticas e humanistas que julgaria fundamentais, senão para todas, ao menos para algumas metrópoles brasileiras. Poderíamos, com a devida prudência em cada caso, generalizar a partir do que vem sendo tentado no Rio de Janeiro e em São Paulo?
CHACEL – As metrópoles brasileiras são extremamente diferentes. O Brasil é um país muito complexo em termos de ecossistemas. Temos a Amazônia, o semi-árido do nordeste, a Mata Atlântica, os campos de altitude, o cerrado, o cerradão do Brasil central, etc. São muitos brasis, e cada metrópole vai ter de buscar sua solução, não se pode exportá-la. Rio e São Paulo são cidades de grande expansão demográfica, que tiveram booms imobiliários inimagináveis. No Rio a natureza protegeu mais a cidade do que em São Paulo, pois mais ou menos regulou seu crescimento. Mas certos bairros são semelhantes aos de São Paulo. É como a velha mancha de óleo que se expandiu e tomou conta de tudo.
Quanto menos obstruções fisiográficas existirem, mais fácil fica a destruição, é uma coisa quase autofágica. O sistema de parques é uma solução interessante para as cidades, porque baliza, através de uma seqüência de espaços vazios, a ocupação da área. Foi o que fez Olmsted na cidade de Boston, onde projetou um sistema de parques chamado Colar de Esmeraldas.
ARY ALBANO – A questão da abrangência do projeto, acredito que não seja atribuição sua, mas da administração municipal. Ele é muito restrito para a solução de todo o problema daquela área.
CHACEL – O que apresentei é só uma parte do projeto, que é bem mais amplo.
ARY – Você recebeu uma incumbência, mas a posição da prefeitura está errada. Sou do movimento Defenda São Paulo, e essa é uma crítica que fazemos à administração. Esta é a oportunidade de recuperar todo o comércio especializado daquela região, incluindo o do bairro do Pari e da Rua do Gasômetro, que tem um movimento importantíssimo. Aliás, essa é uma característica de todos os centros comerciais dos bairros. São áreas muito significativas do ponto de vista urbanístico e econômico e estão abandonadas justamente por causa dos vendedores ambulantes. A Rua Voluntários da Pátria, em Santana, por exemplo, tinha um comércio de primeira qualidade e está decaindo cada vez mais, até provocando desemprego por causa da atuação dos ambulantes. Isso ocorre em toda a cidade. São áreas que não têm passeios públicos, não têm calçadas, e apesar do comércio importantíssimo não há como estacionar um veículo.
Esse projeto poderia ser o catalisador da recuperação do entorno dessa área, que teria de ser muito maior. Com relação à história, o Parque Dom Pedro era um local público da mais alta qualidade. Além de campo de futebol, havia piscinas. Ele já foi maior e é preciso fazer a ligação com o Pátio do Colégio. O obstáculo que existe é um edifício-garagem. Ele já atrapalhou na restauração do Pátio. Penso que é hora de a administração tomar uma atitude mais corajosa e demoli-lo.
CHACEL – Concordo que é uma oportunidade muito boa de abrir o leque e ampliar a restauração. Como resolver isso? A demolição da garagem redundaria em uma área livre e significaria a valorização do Solar da Marquesa, que fica ao lado. Seria um espaço de uso popular. Quanto aos centros de bairros, as áreas comerciais estão em decadência porque os bairros estão se deteriorando.
JOSUÉ MUSSALÉM – A visão dos parques nos Estados Unidos e Canadá nos remete a uma reflexão sobre a exuberância tropical da floresta brasileira. Quando falamos em floresta hoje, pensamos apenas na preservação ambiental, mas isso já mudou. Hoje, as matas têm importância econômica.
No perímetro urbano, Recife tem experiência com relação a parques porque Burle Marx trabalhou muito lá, no período de 1939 até os anos 80. Em 1939, ele fez o parque da Praça de Casa-Forte, hoje completamente abandonado. É impressionante como os parques do Recife, uma cidade tropical por excelência, estão esquecidos pela administração do PT, que parecia defender o verde.
Uma questão que você citou, o destino dos resíduos sólidos da construção civil, vem sendo tratada no Recife por um grupo de trabalho. Provavelmente vamos buscar tecnologia na Espanha para deslocamento e aproveitamento desse material.
SAMUEL PFROMM NETTO – As boas novas sobre um projeto ambicioso para o Parque Dom Pedro II ao mesmo tempo nos fazem pensar na degradação de nossos numerosos parques, praças e jardins. Locais privilegiados do paisagismo urbano, eles exigem cuidados diários, limpeza, conservação e atenção constante. Mas não fazem parte dos itens prioritários dos governantes. Pior ainda, é como se não existissem. Há pouco tempo, a pedido de amigos italianos de Milão, levei-os à Praça Cidade de Milão, na Avenida República do Líbano, junto ao Ibirapuera. Ficamos envergonhados com o que vimos, a Cidade de Milão paulistana é um monturo, mais um depósito de lixo, sem os bancos de jardim, um território de ninguém.
MÁRIO AMATO – Não há coisa pior do que um parque deteriorado. Por isso é bom ver pessoas que se preocupam com isso.
CHACEL – Volto à questão das prioridades e da vontade política. É preciso existir uma ação dos governantes voltada para o cuidado com a área verde, com os parques, praças e jardins das cidades. Aliás, esse investimento é relativamente pequeno em relação a outras obras e tem um dividendo político muito grande. Uma cidade que tem seus parques bem cuidados, policiados, seguros, bem iluminados e utilizados pela população fica em evidência.
No Rio de Janeiro, os projetos de Burle Marx também estão abandonados. O problema das áreas verdes públicas ou privadas não é apenas criá-las, mas mantê-las. É uma tarefa que não tem fim. Se não há disposição, é melhor até não construir coisas novas, vamos nos concentrar no que temos.
As estradas são necessárias, tudo é necessário, mas em nossas cidades a melhoria do meio ambiente urbano está diretamente ligada à presença desses espaços de descanso e de recreação, que devem ser cuidados com carinho e respeito. É a maneira de mostrar que a cidade se respeita também.