Postado em 02/09/2021
Quem não gosta de um ar fresco?
É como um tipo de remédio
Cura mal-estar, alivia o enjoo
Tira angústia, leva embora o tédio.
Em dias sem graça a brisa leve
É suficiente para ser sentida
Convidar o ar a entrar
Nos lembrando do sopro da vida.
Ir para o lado de fora
Respirar fundo, sentir o vento
Nos lembra que ainda que não pareça
O mundo segue em movimento.
É bater um ventinho pra recordar
Como é estar em liberdade
Sem teto, paredes e limites
Extasiado na pura simplicidade.
Quase nunca prestávamos atenção
No ato tão simples e tão vital
Ele continua se movendo invisível
O valioso ar tão essencial.
Ao vermos as cenas na TV
Pessoas precisando de intubação
Percebemos tamanha graça
É a nossa respiração.
Pedimos a Deus que sopre vida
Aos pulmões agora ofegantes
Que nosso mundo volte a respirar
Seja tudo normal como antes.
Será que dá pra falar em lado bom
De algo assim tão devastador
Quando achamos ter sofrido bastante
Nova onda vem aumentar nossa dor
Nos fazer refletir mais ainda
Na vida e seu real valor.
Que esses momentos ruins
Tenham o poder de nos despertar
Com tantas vidas sendo levadas
Agradecer por vivo e saudável estar
Nos encher de força e coragem
Para nosso próximo confortar.
Tantas coisas boas sempre tivemos
E nem sequer tínhamos percebido
Para coisas simples do nosso dia
Não dávamos o valor devido
A começar pela pura graça
O privilégio de ter nascido.
Respirar sem máscara sem medo
Um amigo poder abraçar
Liberdade de ir à rua sem receio
Uma mesa cheia compartilhar
Passear com a família, ir à igreja
Em comunhão a Deus adorar.
Isolados em casa percebemos
Que não somos autossuficientes
Como precisamos do outro
O contato real nos faz contentes
E mesmo com tanta tecnologia
A gente precisa é de gente.
Não sabemos como a pandemia
Vai nos atingir até seu final
Se tivermos a chance de vê-la passar
Nada depois será mais igual
Para curar as feridas do mundo
É preciso em nós mudança real.
Que estejamos sempre prontos
Para os planos de Deus aceitar
Que não esqueçamos nosso propósito
Mesmo se tivermos que chorar
Cada um que passar por isso
Terá sua transformação particular.
Quando um vírus ameaça a vida
Eles ouvem o apelo da humanidade
Honrando a profissão que escolheram
Eles agem onde há necessidade
Não é mole estar daquele lado
Ser da saúde é dom, é chamado
É preciso amor e lealdade.
Em um mundo assombrado
Eles se colocam na linha de frente
Para trazer cura e consolo
Eles vão na contracorrente
Enquanto todos querem se isolar
Eles saem de casa para enfrentar
O vírus que faz o mundo doente.
São nossos guerreiros oficiais
Lutando a favor da população
Contra um inimigo invisível
E com poucas armas na mão
O campo de batalha é duro
Mas eles representam o futuro
Das pessoas dessa nação.
Estendendo a mão ao próximo
Eles vão colecionando histórias
Choram em silêncio na derrota
Se emocionam a cada vitória
Eles sabem que precisam seguir
Não parar até o vírus sumir
E um dia estar só na memória.
Penso que nenhum deles
Nem em pesadelo imaginaria
Ter que encarar de frente
Essa assustadora pandemia
Veio como um solavanco da vida
Mas missão dada é missão cumprida
E eles cumprem com maestria.
Tatiane Carvalho Gomes, 35 anos, esposa do Michel, mamãe do Rafael e da Isabela, professora. Meu amor pela escrita começou ainda criança com poeminhas na escola em datas comemorativas. Hoje escrever me traz sentido, sou apaixonada por palavras, por rimas que as fazem dançar, por textos que emolduram qualquer assunto. Pensamentos, motivos e palavras em mim viram arte!
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