Postado em 21/06/2021
RESUMO
Este artigo tem como objetivo compreender a percepção dos trabalhadores do Turismo sobre o sofrimento psíquico e sua relação com o processo de trabalho. A pesquisa segue a abordagem metodológica qualitativa, utilizando-se de dados primários coletados em três grupos focais com trabalhadores de categorias distintas: guias de turismo, agentes de viagem e trabalhadores dos meios de hospedagem. Os grupos possibilitaram captar as percepções dos trabalhadores, a respeito de suas vidas dentro e fora do trabalho. O setor do turismo, especificamente, além de remunerar precariamente seus trabalhadores, não lhes proporciona a qualidade desejável de vida, tanto dentro quanto fora do trabalho. Pelo contrário, as longas jornadas de trabalho, com acentuado desgaste físico e mental, têm impactos nocivos sobre sua saúde. Nos grupos focais, verificou-se certa resistência em falar abertamente sobre o tema saúde mental, pois a expressão estigmatiza e remete à perspectiva negativa: sintomas, episódios de violência, incapacidade, as quais perpetuam os estereótipos. Por isso, talvez, alguns participantes tenham preferido justificar seu mal-estar laboral pela via da auto-responsabilização. A busca da saúde mental dos profissionais do setor exigiria maior organização interna da categoria, uma vez que as atuais políticas de gestão das organizações atuam justamente para impedir o fortalecimento dos coletivos de trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Turismo. Trabalho. Saúde Mental. Sofrimento Psíquico. Trabalhadores.
ABSTRACT
This paper aims at understanding the workers’ perception in the industry related to the psychic suffering and their relationship with the working process. The research follows the qualitative methodological approach, using primary data collection, with three focus groups with workers of distinct categories: tourist guides, travel agents and media workers. These groups made it possible to capture the workers’ perception, concerning their lives inside and outside work. The tourism sector, specifically, remunerates poorly their employees, as well as it does not provide the desired quality of life, both inside and outside work. On the contrary, the long working days, with sharp mental and physical wear and tear, bring impacts on their health care. In the focus groups, there was some resistance to openly talk about the issue related to mental health, since it stigmatizes and refers to the negative perspective: symptoms, episodes of violence and disability, which perpetuate stereotypes. So, maybe, some participants have preferred to justify their labor unrest through self-regulation. The pursuit of mental health professionals would require greater internal organization of the working class, since the current management policies of organizations prevent the strengthening of collective work.
KEYWORKS: Tourism. Work. Mental Health. Distress. Workers.
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