Postado em 11/05/2021
Danilo Santos de Miranda
Diretor do Sesc São Paulo
A palavra resiliência vem sendo utilizada de forma recorrente nos dias de hoje. Pode-se apontar, como uma das razões, os desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, que assola o mundo desde o início de 2020, e as estratégias de enfrentamento desse cenário adverso.
A origem etimológica do termo vem do latim resilire, resilio, que contém entre seus significados a ideia de retorno à condição anterior. Nas ciências exatas, mais precisamente do campo da física, refere-se à capacidade que alguns materiais possuem de, a partir do acúmulo de energia, voltarem ao seu estado natural mesmo depois de submetidos a uma situação de esforço e estresse contínuos.
Uma vez apropriada por outras áreas do conhecimento, passou a ser empregada também para ressaltar atributos como a manutenção da integridade emocional frente aos casos de doença e ruptura familiar ou de problemas socioeconômicos. Desse modo, a palavra traria consigo a ideia de que uma atitude reflexiva e equilibrada em nossas ações e gestos, ao invés da severidade e da rigidez, pode nos auxiliar no trato com as dificuldades cotidianas.
Desde o início da pandemia foram muitos os impactos decorrentes das medidas de distanciamento social adotadas para a contenção do avanço do vírus, em especial para os idosos. Contudo, embora a saúde física de parcela dessa população possa ser considerada mais vulnerável, de acordo com a avaliação médica, os velhos vêm demonstrando, por meio do exercício do autocuidado e da força de vontade, um comportamento que pode servir de exemplo para outras faixas etárias.
O programa Trabalho Social com Idosos do Sesc São Paulo procura, de formas variadas, manter as pessoas idosas em conexão, fazendo uso de ações online, para promover reflexões acerca das velhices e da longevidade, tendo em vista a construção e a partilha de conhecimentos, bem como a sociabilização, ainda que de modo virtual.
Como exemplo, pode-se citar a segunda edição da Pesquisa Idosos no Brasil, feita em parceria com a Fundação Perseu Abramo. Pioneira, a iniciativa teve o intuito de investigar os componentes do imaginário social brasileiro acerca do envelhecimento, apresentando dados sociodemográficos e abordando temas – como práticas e fruição culturais, direitos sociais, moradia, violência e laços afetivos – importantes tanto para pesquisadores e interessados no assunto quanto para a proposição de políticas públicas nessa área.
E em meio a esse panorama de asperezas, o significado de resiliência torna-se fundamental. Para além da continuidade do trabalho, há o comprometimento de oferecer à sociedade atividades que promovam o bem-estar e a qualidade de vida com a marca da inovação e da transformação social que caracterizam a missão do Sesc.
Boa leitura!