Postado em 29/04/2021
* Por Caio Momesso
Para nos dedicarmos a entender o que significam economias alternativas, podemos olhar separadamente para as palavras que compõem o termo.
Primeiro: o que é “economia”? A palavra é usada recorrentemente em nosso cotidiano, como sinônimo do mercado, do preço das coisas, níveis de emprego e atividade produtiva do país. Pode também ser um verbo: economizar significa racionalizar o máximo possível aquilo que ganhamos e o que gastamos, para, então, poupar algum dinheiro. Em resumo, economia significa uma cadeia de relações, que vai desde nossa vida particular, passando por nossa comunidade, bairro, cidade, até os grandes sistemas nacionais e globais.
E o que significa algo ser “alternativo”? No geral, podemos entender tudo aquilo que difere do convencional, que identificamos como um outro caminho a se seguir. Ou seja, aquilo que difere do que estamos acostumados normalmente.
Economias alternativas buscam criar outras relações entre as pessoas. Elas podem, por exemplo: organizar trocas sem dinheiro entre produtos e serviços, de maneira colaborativa; realizar mutirões para ajudar aqueles que estão precisando em determinado momento; ou criar redes capazes de sustentar as pessoas e famílias para além do tradicional sistema econômico - que vem deixando muita gente para trás. Em resumo, é a combinação de uma visão crítica sobre os problemas atuais que enfrentamos, aliado à ação direta para resolver essas questões. O foco pode estar nas pessoas, no meio ambiente e em formas sustentáveis de desenvolvermos essas relações. Assim como na economia tradicional, essas novas concepções podem ter início em nossas vidas particulares, para, então, ganhar força em direção a escalas maiores.
*Caio Momesso é economista e mestre em Administração Pública e Governo. Trabalhou como agente comunitário de saúde em Campinas e técnico de inclusão produtiva no Programa São Paulo de Braços Abertos. Hoje, atua como pesquisador no CEAPG (FGV-EAESP) e como consultor nas áreas de políticas públicas e desenvolvimento comunitário.
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Este artigo faz parte do projeto Formações Solidárias, um conjunto de ações realizadas pelo Sesc São Caetano com o intuito de difundir os princípios e conceitos de comércio justo e economia solidária. As ações se iniciaram em outubro de 2020 com oficinas de comércio justo em plataformas digitais voltadas a produtores e prestadores de serviço.