Postado em 10/03/2021
Por Caio Momesso*
Objetos criados a partir de características, tonalidades e detalhes únicos, que carregam histórias e memórias de nossa cultura pelas mãos do artesão. Gerador de renda e fonte de saúde mental. Forma de expressão artística para todos os que praticam. O artesanato pode tomar diferentes formas e significados, mas tem como fundamento dois elementos: a transformação de matéria-prima bruta em objetos, pelo uso de técnicas manuais, e a autonomia do produtor em definir o ritmo de seu trabalho. Por conta disso, é visto como o oposto da produção industrial padronizada e gerenciada.
O artesanato esteve presente em todos os momentos da história brasileira, ganhando diferentes contornos a depender de seu local. Estilos e técnicas podem remeter a saberes tradicionais das comunidades, a partir do manuseio de materiais abundantes na região. De outra modo, o artesanato está também em constante transformação. Adquire novas características com a inserção do artesão nas dinâmicas sociais. Métodos são aprimorados e outros produtos são criados, sendo um importante elemento econômico para segmentos da sociedade. Além disso, a conexão entre mãos e mente, na minúcia da manufatura, é um instrumento importante para o alívio de tensões mentais e para a qualidade de vida.
O comércio do artesanato vai muito além da utilidade superficial de seus produtos. É uma troca cultural e solidária para outras possibilidades de trabalho, feitos de maneira mais orgânica ao ritmo da vida. Possibilita a expressão de diferentes sujeitos, que colocam nos detalhes de suas obras parte da bagagem artística que carregam na sua vivência.
*Caio Momesso é economista e mestre em Administração Pública e Governo. Trabalhou como agente comunitário de saúde em Campinas (SP) e técnico de inclusão produtiva no Programa São Paulo de Braços Abertos. Hoje, atua como pesquisador no CEAPG (FGV-EAESP) e como consultor nas áreas de políticas públicas e desenvolvimento comunitário.
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Este artigo faz parte do projeto Formações Solidárias, um conjunto de ações realizadas pelo Sesc São Caetano com o intuito de difundir os princípios e conceitos de comércio justo e economia solidária. As ações se iniciaram em outubro de 2020 com oficinas de comércio justo em plataformas digitais voltadas a produtores e prestadores de serviço.