Postado em 31/01/2021
MONUMENTOS DA CIDADE DE SÃO PAULO GUARDAM A NARRATIVA SECULAR DE NOSSA FORMAÇÃO CULTURAL
São Paulo, que comemorou 467 anos em 25 de janeiro, é repleta de histórias. Existe memória em cada esquina. E os monumentos espalhados pela cidade guardam parte dessa narrativa secular. Quer saber mais? Basta visitar o Monumento às Bandeiras, ao lado do Parque Ibirapuera; ou o Monumento a Ramos de Azevedo, no bairro do Butantã; ou ainda o Monumento à Independência, no bairro do Ipiranga, entre tantos outros, para cruzar tempo, espaço e eventos históricos de nossa formação cultural.
Se nossa trajetória é intrínseca à cidade, a reunião de memórias é parte dessa complexa triangulação.
É o que explica Gustavo Piqueira, autor de A Pirâmide do Piques: São Paulo Narrada pelo Largo da Memória (Edições Sesc São Paulo, 2020): “Para uma cidade do tamanho de São Paulo, creio ser difícil qualquer tipo de síntese – inclusive aquela que busca delinear uma só memória coletiva. O que existe é uma narrativa ‘oficial’ da cidade que se afirma como tal”.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Monumentos e Obras Artísticas do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico de São Paulo), Alice Américo, apesar de a cidade estar em constante mudança, “os monumentos históricos preservados são os que se tornaram referenciais urbanos e, mesmo que o significado atribuído à obra seja totalmente diferente do propósito para que ela foi construída, a sociedade e cada indivíduo foi estabelecendo vínculos afetivos que passaram a compor o seu dia a dia”.
Em sua experiência, a pesquisadora reforça o poder de ressignificação dessas obras, quando atreladas à visão da cidade de hoje. Assim, o reconhecimento da população sobre a importância da preservação conjuga-se a ações do poder público. “Ao mesmo tempo, o poder público também precisa colaborar ao relacionar essas obras com o contexto urbano atual, integrando-as à cidade contemporânea”, completa Alice.
Ao percorrer as páginas de A Pirâmide do Piques: São Paulo Narrada pelo Largo da Memória (Edições Sesc São Paulo, 2020), a cidade em suas diversas formas, cores e épocas aparece em movimento. Há mapas, textos e iconografias para incluir o leitor no local das mudanças vivenciadas pelo Centro.
O Largo da Memória é uma área tombada próxima ao metrô Anhangabaú e considerada o primeiro monumento municipal e marco urbanístico da cidade. Formado pela rua do Paredão (Cel. Xavier de Toledo), ladeira do Piques (Quirino de Andrade) e a Ladeira da Memória, unificou pelo nome a conexão desses três caminhos.
O autor do livro, Gustavo Piqueira, acrescenta: “Acredito que a trajetória do Largo ilustre essa dinâmica de ir deixando tudo – edificações, regiões, hábitos, pessoas... – pra trás em detrimento daquilo que cintile alguma aura de novidade. Foi, inclusive, um dos motivos pelo qual escolhi o local como ‘narrador’ do livro”.
Leia um trecho da obra em: https://www.sescsp.org.br/online/edicoes-sesc/997_A+PIRAMIDE+DO+PIQUES#/tagcloud=lista
E assista aqui a live de lançamento, realizada pelo Youtube das Edições Sesc São Paulo: https://www.youtube.com/watch?v=U4ieqwUzwl4&feature=emb_err_woyt