Postado em 04/12/2020
Até junho de 2021, o Sesc 24 de Maio recebe a mostra "Infinito Vão – 90 anos de arquitetura brasileira". Com curadoria de Fernando Serapião e Guilherme Wisnik, a mostra traz ao público um recorte da história da arquitetura nacional por meio de obras e projetos arquitetônicos de 96 figuras emblemáticas do setor, como Lina Bo Bardi, Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha.
O recorte curatorial compreende desde os anos 1920, marcados pela Semana de Arte Moderna de 1922, até os dias atuais. A mostra convida o visitante a conhecer e refletir sobre a liberdade de criação trazida pela modernidade e pela contemporaneidade advindas de novas perspectivas artístico-culturais em contraponto à arquitetura clássica, influenciada por construções europeias. Exposta entre 2018 e 2019 na Casa de Arquitectura, em Portugal, Infinito Vão é realizada pela primeira vez em território brasileiro e reúne obras e documentos desde o projeto da primeira Casa Modernista de Gregori Warchavchik, passando pelos movimentos ligados ao “Direito à Cidade” e ao emaranhado de coletivos e ocupações que discutem o tema da habitação nos anos 2010.
Foto: Vitor Penteado
Entre as obras expostas está o próprio edifício do Sesc 24 de Maio, projetado por Paulo Mendes da Rocha e o escritório MMBB Arquitetos, e inaugurado em 2017. Localizado no centro histórico da cidade, entre as ruas 24 de Maio e Dom José de Barros, o edifício é composto por 13 andares interligados por rampas e vidraças, procurando “agradar ninguém, mas a todos de uma vez só”, nas palavras do arquiteto. O projeto, inclusive, rendeu à Mendes da Rocha e ao MMBB premiações como o International Urban Project Award (IUPA), concedido em outubro de 2020 pelas publicações internacionais Bauwelt, da Alemanha e World Architecture WA, da China.
A exposição pode ser visitada gratuitamente pelo público até o dia 27 de junho de 2021, de terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h, mediante agendamento prévio aqui. As visitas à exposição têm duração máxima de 60 minutos e o uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas, durante todo o período.
Foto: Vitor Penteado
Um dos principais pontos que conduziram a curadoria da exposição é que a arquitetura faz parte de um contexto cultural e histórico amplo, que coexiste e compartilha referências com outras linguagens, como as artes plásticas, a literatura e a música. Não à toa, o título da mostra toma de empréstimo versos de Drão (1982), música de Gilberto Gil: “O verdadeiro amor é vão, estende-se infinito, imenso monolito, nossa arquitetura”.
A música, em particular, foi fonte de inspiração para os curadores organizarem os núcleos da mostra: Do Guarani ao Guaraná (1924-43); A Base é uma Só (1943-57); Contra os Chapadões Meu Nariz (1957-69); Eu Vi um Brasil na TV (1969-85); Inteiro e Não pela Metade (1985-2001) e Sentimento na Sola do Pé (2001-2018). Apresentados conforme contextos histórico-culturais, cada núcleo faz menção a uma composição da época.
Fernando Serapião é crítico de arquitetura e editor da revista Monolito. Possui experiência de mais de uma década na edição de revistas de arquitetura e tem centenas de artigos publicados em periódicos especializados no Brasil e no exterior, em países como Espanha, Itália e China. Também escreve sobre arquitetura como colaborador do jornal Folha de São Paulo e da revista Piauí.
Guilherme Wisnik é professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Autor de livros, como Lucio Costa (Cosac Naify, 2001), Caetano Veloso (Publifolha, 2005) e Estado crítico: à deriva nas cidades (Publifolha, 2009), além de curador e crítico de arte associado à APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte e à LASA - Latin American Studies Association.
Foto: Vitor Penteado
Vídeo: Alberto S. Cerri, Karin Yuri e Vitor Penteado
Para visita à mostra, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal:
• A entrada na unidade é permitida após a confirmação do horário reservado no Portal do Sesc São Paulo, clicando aqui.
• A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade, são obrigatórias.
• Não será permitida a entrada de acompanhantes sem ingressos.
• Todas as unidades permanecem fechadas para visitação espontânea, exceto Interlagos e Itaquera.
• A proteção de todos é prioridade! Sugerimos que pessoas dos grupos de risco, conforme definido pelas autoridades de saúde, sejam preservadas neste momento.
Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, a capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.