Postado em 03/12/2020
Com atuações no cinema, televisão, teatro, circo, publicidade e internet, Giovanni Venturini construiu uma carreira bastante versátil. Embora seu pai seja do ramo artístico, o primeiro contato de Giovanni foi com a arte circense, aos 15 anos. No início como um hobbie, mas que o ajudou a trabalhar questões latentes de autoaceitação na adolescência, período de desenvolvimento complexo para todos.
O exercício de trabalhar o clown na arte circense o ajudou a “rir de si mesmo, porque o palhaço é isso, rir do seu próprio tombo”, conta Giovanni.
Nos anos seguintes, ele dedica-se aos estudos, termina o ensino médio e cursa Gestão de Turismo no Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Já bem estabelecido no mercado de trabalho na área de Turismo, Giovani levava uma vida dupla entre a sua profissão e as atividades artísticas.
Até que recebe um convite importante e irrecusável que o faria ter de escolher entre a profissão ou a carreira de artista, como ele conta: “Eu me joguei, sem falar para ninguém ou meus pais. Pedi demissão, falei com a minha gerente, que tentou me convencer a ficar, mas não tinha mais volta... receber o convite da Família Imperial foi muito importante, era do Cao Hamburger, ele fez a minha infância.”.
A partir de então, ele experimenta o trabalho artístico com diferentes tipos de personagens e públicos para além do infantil. Mas foi a participação na novela "Chiquititas", do SBT, para o público infantil, que impulsionou a sua carreira.
A atuação conquistou a equipe e o público, o que lhe rendeu uma participação maior do que a prevista e um convite para a próxima novela "Cúmplices de um Resgate", assinando um contrato de dois anos com a emissora.
Giovanni comenta que foram poucas as oportunidades de personagens que não caíam no clichê do anão, sendo uma dessas experiências com o espetáculo "Brian ou Brenda" de 2019, com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, que debateu sobre identidade de gênero e diversidade.
“Eu não sou contra o humor, pelo contrário, o palhaço é muito importante na minha vida. Desde que seja feito com um objetivo de não ofender as outras pessoas que tenham nanismo ou outras deficiências. Eu uso o meu nanismo ao meu favor, eu uso da minha altura como humor, mas um humor respeitoso”, ressalta.
Além de artista, ele participa de discussões relacionadas à temática de estigmas das pessoas com deficiência e apresenta uma leitura crítica do mercado artístico enquanto responsável por proporcionar a visão do artista com nanismo de forma diferente, assim como as oportunidades de locais e datas para apresentações. Segundo Giovanni, ter espaços específicos para mostrar a arte é importante, mas é necessário ampliar o público, pois quem assiste ao artista com deficiência, em sua maioria, é a pessoa com deficiência.
Além de todas as linguagens que citamos, ele também estudou e atua no cinema. Em 2018, participou de três longa metragens. Um deles, "Veneza", com direção de Miguel Falabella, foi premiado no Festival de Gramado. Os filmes estão em pós-produção devido à pandemia de COVID-19 e tiveram seus lançamentos adiados.
Para conhecer mais trabalhos do artista, acesse seu site oficial e redes sociais. Lá é possível encontrar diversos trabalhos e a sua produção durante os meses de quarentena.
A Vitamina “C”irco é uma das sete performances que compõem as apresentações da Semana Modos de Acessar 2020. O vídeo é uma meta linguagem, de um artista pensando em um número de circo, em sua casa.
Giovanni explica que “isso brinca com a necessidade de se reinventar no meio da pandemia, e como pensar em um número circense dentro de casa”.
Assista à performance do artista:
A Semana Modos de Acessar, ação do Sesc São Paulo, acontece de 3 a 10 de dezembro e promove diversas atividades para incentivar a participação social das pessoas com e sem deficiência. Diante do momento de pandemia, o evento acontece inteiramente no ambiente digital.
A perfomance de Giovanni Venturini é uma das sete que compõem a apresentação proposta pelo Coletivo Home Art.
Acompanhe em: www.sescsp.org.br/modosdeacessar