Postado em 20/11/2020
Chegamos ao 20 de novembro e certamente este não é o primeiro e nem será o último texto sobre o Dia da Consciência Negra a cruzar seu caminho hoje. Que bom que é assim! A data dedicada à reflexão sobre a inserção da população negra na sociedade brasileira é uma oportunidade para pôr o tema – cada vez mais presente – no centro do debate, estimulando discussões e ações antirracistas pelo país.
Na busca por manter as reflexões e lutas vivas e ativas para além da efeméride, o Sesc realiza a segunda edição do projeto Do 13 ao 20 – (Re)existência do Povo Negro. Ao referenciar as datas de 13 de maio e 20 de novembro, o projeto mostra o desejo de alimentar esse debate durante o ano inteiro, de forma transversal em todas as ações da instituição.
Assim, ao chegarmos a este dia 20, estamos longe de encerrar os trabalhos. Percebemos que esta é só uma volta dentro de uma longa espiral – um caminho que precisamos percorrer para combater um racismo que é estrutural e construir uma sociedade mais justa para todas e todos.
Quer vir com a gente? Reunimos aqui algumas das atividades da programação online “Do 13 ao 20” que estão em curso nas unidades neste momento!
Em junho, um grupo de funcionários pretos do Sesc Sorocaba se reuniu para criar a Comissão Antirracista Iorubrá , que tem como objetivo debater questões étnico-raciais na instituição e na sociedade. Em conjunto, acontece n aunidade a sexta edição do projeto Iorubrá , que traz a educação antirracista como mote, por meio de bate-papos, perfomances artísticas, brincadeiras e até ensinamentos culinários, como no vídeo “A cozinha afro-brasileira, com a chef de cozinha Mariana de Castro, que apresenta as contribuições de povos africanos para a cozinha brasileira, métodos de preparo e ingredientes, receitas que foram modificadas por suas influências e o processo de construção de uma identidade culinária do nosso país. Assista a partir do dia 25/11, quarta, às 19h, no canal do YouTube da unidade.
No Sesc Interlagos, a série de vídeos “Contando Áfricas”, traz histórias de origens africanas e afrobrasileiras, que valorizam e reconhecem a importância da diversidade cultural, sobretudo no que tange à representatividade negra.
A primeira rodada começou em setembro, quando Giselda Perê, do Agbalá Conta, contou as histórias “O Baobá” e “Lukenya e seu Poder Poderoso”. Agora, nos dias 20 e 21, Patrícia Ashanti conta “Os Ibejis de Dona Dus” e “Boneca Calunga”. Assista:
Historicamente invisibilizadas, as manifestações culturais africanas e afro diaspóricas ganham destaque na programação de diversas unidades.
O Sesc Campo Limpo traz o “Projeto Deburu – Força pro Maracatu: 10 anos do Maracatu Ouro do Congo – cultivando uma cosmovisão afrodiaspórica”. Com uma série de conteúdos, o projeto apresenta a manifestação artística tradicional do maracatu nação, seus elementos constituintes e aspectos históricos a partir da experiência do grupo paulistano Maracatu Ouro do Congo, com uma estética interseccionada, estabelecendo um diálogo entre elementos originários do maracatu vindos das “Áfricas” com a visão e prática contemporânea das Nações Porto Rico e Encanto do Pina, do bairro do Pina, Recife.
Na série Não Repare a Bagunça, do Selo Sesc, a jam virtual da semana será puxada pela Larissa Oliveira, da Funmilayo Afrobeat Orquestra. A composição “Serra do Araripe” é inspirada na regiao que fica na divisa entre os estados de Pernambuco e Ceará, de onde veio o rei do baião Luiz Gonzaga.
No Sesc Consolação, a série “Corpo Ancestral Contemporâneo” traz cursos de danças afro-brasileiras que geram vínculos entre histórias e memórias da diáspora negra, estratégias de resistências pelas corporeidades, a estética de movimentos e a perenidade das tradições dos corpos negros nas artes vivas. Em diálogo com passado, presente e futuro, essas danças se relacionam com o contemporâneo, evidenciando o reconhecimento das presenças dessas culturas em nossos corpos.
Em Rio Preto, a exposição Pretatitude apresenta um recorte da produção afro-brasileira contemporânea a partir de trabalhos de artistas consagrados e emergentes, todos insurgentes na afirmação de suas vocações ante as adversidades que transcendem o universo da arte. Além da pluralidade de técnicas e olhares, as obras permitem discussões sobre identidade, memória, política do corpo negro e gênero, entre outras possibilidades e cruzamentos.
Em Taubaté, as ausências no espaço físico do Sesc Taubaté são o ponto de partida dos artistas convidados na série de videodança “Ausências” para evidenciar, também, as ausências de visibilidade e igualdade do povo negro na sociedade brasileira. Com Poliana Nunes, Jeff Leonel, Gustavo Fataki, João Beatbox, Mc Marcola e Mere Oliveira.
Bate-papos, seminários e encontros – sempre virtuais – trazem temas como a representatividade, racismo no mercado de trabalho e as desigualdades frente à pandemia.
O Sesc Parque Dom Pedro chega ao 4º webinar de uma série que reflete sobre a presença de corpos negros em diferentes linguagens artísticas. O primeiro encontro questionou “Onde estão os Negrx no Audiovisual? Presenças e Ausências”, o segundo debateu sobre “Corpos Negros, Discriminação e Racismo” no esporte; o terceiro, sobre “Dramaturgias Negras – Onde estão os Corpos Negros nas Artes” e o quarto propõe a discussão “Respeitável Público – Presenças e Ausências Negras no Circo Brasileiro”.
Todos eles estão disponíveis no canal no Sesc Parque Dom Pedro II no Youtube.
Já o Sesc Piracicaba convidou profissionais negros da cena de Piracicaba para falarem sobre seus trabalhos, as oportunidades e o racismo. Participam Antônio Chapéu, Giovani Bruno, Rosângela Pereira, Wellington Dias e Tiara Silva. A mediação é de Felipe Menezes. O bate-papo “Cena Preta em Piracicaba” acontece dia 21/11, sábado, das 15h às 16h30. Para participar acesse o link: https://bit.ly/CenaPreta (Microsoft Teams)
No Sesc Pompeia, o tradicional Boteco da Diversidade ganhou versão virtual e trouxe o tema “Pandemia e Desigualdade”. O encontro evidenciou a forma desigual com que as diferentes populações – em especial pretos e indígenas – foram afetadas pelo novo coronavírus.
A próxima edição do Boteco traz o tema Racialidades Transviadas e propõe-se a abarcar diversas formas de pensar raça e sexualidade que não se reduzam às normas de uma sociedade colonizadora e heteronormativa. Assista em 28/11, no youtube.com/sescpompeia
A convite do Sesc Catanduva, o Movimento Negro de Catanduva produziu uma série de vídeos que discute como o racismo está presente na nossa linguagem, por meio de termos que muitas vezes usamos sem nem notar. Os dois primeiros episódios da web série “O Racismo nosso de Cada Dia” já estão no ar no Youtube da unidade:
O Sesc Santos traz um conjunto de atividades para celebrar e rememorar os 190 anos de nascimento de Luiz Gama. Um dos mais proeminentes pensadores e ativistas do século XIX, Luiz Gama (1830-1882) foi também um dos primeiros jornalistas negros brasileiros. Autodidata, o poeta, advogado de escravizados e maçom, tinha em sua palavra a defesa aguerrida do movimento abolicionista e republicano. Ex-escravizado que se tornou uma liderança incontestável e uma voz influente, sua obra abarca temas como escravização, liberdade, república, racismo, direitos humanos, liberdade de imprensa. O curso Leituras Comentadas de Luiz Gama, baseado em sua obra jornalística, literária e política, também com a professora Lígia Ferreira, entre os dias 26/11 e 17/12, quintas, das 19h às 21h. As inscrições vão até dia 25/11.
As Edições Sesc São Paulo lançaram neste ano o livro Lições de resistência: artigos de Luiz Gama na imprensa de São Paulo e do Rio de Janeiro, organizado por Ligia Fonseca Ferreira. A obra traz 61 artigos de reconhecida autoria de Luiz Gama, sendo 42 deles inéditos, publicados entre 1864 e 1882. Conheça também outros títulos da editora que fazem o resgate da história da população negra no Brasil.
Acesse sescsp.org.br/do13ao20 e acompanhe os conteúdos que fizeram parte do Projeto Do 13 ao 20 durante o ano. Dois textos inéditos assinados por Erica Malunguinho e Neon Cunha acabam de chegar ao conjunto!
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