Postado em 04/11/2020
O trem do ano
começou rápido como bala!
E o’que ninguém esperava?
sim, puxou o freio...
Parou tudo mesmo?
cada um na
sua casa, pessoas
somente em si.
Mas para
ficar sozinho
não sei
se gosto...
Tanto
assim
de
mim...
COmigo isso não acontece,
eu sou atlético e VIril.
COntra a china eu me levanto,
VInde a luta pátria gentil.
COisa igual a essa
não faz assim tanto risco a VIda.
COmo vocês acreditaram nessa
VIl mentira contada pelos comunistas?
Primeiro dia à mesa
ligaram a TV
pra prestar atenção no noticiário.
“ O que amanhã pode acontecer? ”.
“Uma pessoa foi a uma festa,
se divertir por uma causa legítima.
Ontem de manhã foi ao hospital
e hoje em território nacional,
se tornou a primeira vítima.”.
O assunto à mesa não poderia ser outro.
“Vou fazer uma oração, pobrezinho do rapaz...”.
“Tenho medo do que está por vir,
mas vamos cuidar dos nossos, o resto o tempo nos traz.”.
Preocupação e empatia tomam conta
da casa, do prédio, da praça...
Mas com o tempo, os sentimentos e as cautelas,
tudo passa.
Depois do segundo mês,
como já era de costume, ligam o jornal.
Mas quanto mais os números cresciam,
menos se preocupavam com a TV
e mais com a comida à mesa.
Pedro Augusto da Silva Brissi é um aluno do curso de licenciatura em física do IFSP da cidade onde mora atualmente, Birigui. Em 2018, publicou seu primeiro livro de poesia intitulado “Estas coisas na minha cabeça...”, no ano seguinte participou de uma coletânea de poesia de autores da região de Birigui chamada “Voti!”. Desde o início da adolescência, o autor começou a se apaixonar cada vez mais pelo mundo dos livros e, juntamente com isto, despertou em si o sonho de ser escritor.
Que sensações - palavras têm habitado em ti nestes tempos de isolamento social?
Por meio de diferentes propostas literárias, o Sesc Birigui apresenta as contribuições de atores sociais locais quanto a essas leituras sensoriais do momento que vivemos. Compartilhe seus textos, poemas e pensamentos em nosso grupo no Facebook.