Postado em 13/07/2020
A mostra “Palavras Cruzadas: Lugares de Fala Contemporâneos”, inaugurada originalmente na Unidade Vila Mariana em setembro de 2018, ganha nova edição em formato virtual, como uma forma de levar a atmosfera da exposição para a casa do público neste momento de isolamento social por conta da pandemia de Covid-19.
A ação abre espaço a temas como racismo, homofobia, desigualdade social, imigração e feminismo, ressaltando a necessidade de contínua luta contra preconceitos. Nas últimas décadas, intensas reconfigurações das relações sociais no Brasil vêm legitimando lugares de fala e protagonismos diversos e entrecruzados: raciais, de gênero e de outras expressões. São vozes não só de minorias, mas de grupos minorizados. Vozes empoderadas pela coletividade, com capacidade de transformar lugares de saber e poder no mundo contemporâneo.
A exposição surge, então, da necessidade artística de oferecer um ambiente propício para debater esses temas e de fomentar um diálogo entre público e movimentos sociais. Em sua versão física, que também passou pelo Sesc Sorocaba em 2019, a mostra contava com telões que exibiam as entrevistas com 12 pessoas diferentes. Nos vídeos, os entrevistados apareciam de corpo inteiro, em tamanho real, em uma sala escura. Agora, os mesmos vídeos são transportados para os canais digitais, ganhando um novo horizonte de circulação, que pode ser potencializado para além de um espaço físico e uma localidade específica. Assista a todos eles abaixo:
Vozes
Doze protagonistas, das mais variadas vertentes sociais, ocupam os lugares de fala: Movimento Indígena com David Karai, Movimento Quilombola com TC Silva, Movimento Sem Teto com Carmen Silva, Mães de Maio com Débora Silva, pessoas em situação prisional com Dexter, Movimento das Prostitutas com Lourdes Barreto, Movimento Trans com Amara Moira, Cultura Surda com Edinho Santos, Movimento Secundarista com Marcela Jesus, Feminismo Negro com Juliana Borges, Movimento LGBTs com Jéssica Tauane e Imigrantes com Shambuyi Wetu.
Curadoria
Com autoria de Daniel Lima e curadoria de Élida Lima e Felipe Teixeira, a mostra continua com o caráter de interatividade, emulando a experiência tida na unidade, o que ressalta a escuta como ação ativa, indispensável a qualquer debate, para que se faça entender, para que possamos conviver, e de estar disposto a enxergar e ouvir na tentativa de aproximar e compreender o outro.
A exposição também possui a colaboração do LabArteMidia (Laboratório de Arte, Mídia e Tecnologias Digitais), do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão e do Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, criado em 2016 em vinculação à pesquisa do Prof. Dr. Almir Almas.