Postado em 30/03/2020
Quem gosta de esporte sabe que além da sua prática, muitas coisas fazem parte desse universo. Assistir a um jogo, conhecer a história ou curiosidades de uma modalidade ou se relacionar com as pessoas a partir de gírias e códigos próprios de cada esporte fazem parte da cultura esportiva. Com a paralisação dos jogos e o isolamento domiciliar adotado para conter o avanço da COVID – 19, o novo Coronavírus, muita coisa mudou na rotina de todos, incluindo na vida dos atletas, na manutenção dos jogos e torneios e, consequentemente, para os fãs.
A EOnline conversou com Guilherme Buso*, que é Diretor de Comunicação da NBB - Novo Basquete Brasil, a liga oficial do Campeonato Brasileiro de Basquete, e ex-atleta da modalidade, para saber como foi o processo de paralisação da Liga, a suspensão do Jogo Das Estrelas e como os atletas do times masculinos têm feito para se manter ativos em casa.
Guilherme conta que a NBB se manteve atenta ao movimento que acontecia na Europa, na NBA (National Basketball Association - principal liga de basquetebol profissional da América do Norte) e monitorando as notícias do governo brasileiro para tomar decisões com a participação dos clubes. Inicialmente, fizeram três jogos sem torcida, mas depois perceberam a necessidade de paralisar: “Não é uma decisão fácil, porque há uma semana atrás não se sabia muito em que pé estava a situação, o que influenciava, o que poderia acontecer com os atletas. Uma decisão dessa envolve não só os clubes e os atletas, mas também todos os patrocinadores envolvidos no campeonato, os parceiros de mídia que transmitem os jogos. Não é uma decisão simples”, comenta.
Muito querido pelos amantes do Basquete, o Jogo das Estrelas também precisou ser suspenso, mas Guilherme conta que vão encontrar o momento em que consigam realizá-lo, pois o campeonato tem prioridade no calendário da NB:. “Você quebrar uma agenda dessa com um evento festivo é muito complicado fisicamente e emocionalmente para o atleta. Então o jogo das Estrelas hoje está suspenso, temos a intenção de retomá-lo, mas o mais importante é o campeonato”, conta.
Falando sobre o condicionamento dos atletas nesse período de isolamento, ele comenta que existe uma limitação; alguns atletas moram em casas com uma área maior, de forma que dá para organizar um treino, mas boa parte não dispõe desse espaço. “A grande maioria não é original da cidade onde joga, então as vezes eles estão em um apartamento”, explica.
Esses atletas têm compartilhado suas rotinas de exercícios no Instagram e Facebook usando a #basqueteemcasa. Veja alguns vídeos que já foram compartilhados pelo perfil da NBB no Instagram:
Além do esforço para os atletas se manterem ativos em casa, o retorno dos jogos será informado com um período adequado para que os atletas retomem o condicionamento físico ideal: “A decisão da volta do campeonato ficou determinado que os clubes teriam pelo menos uma semana de treinamento intensivo antes do retorno. Para evitar lesões, para terem o mínimo de entrosamento técnico tático”, complementa.
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Ouça essa conversa na íntegra e entenda um pouco mais sobre como andam as questões relacionadas ao basquete masculino e a NBB. Basta dar o play abaixo
* Guilherme Buso é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e mestre em gestão do esporte pela Coventry University (Inglaterra). Há dez anos, lidera a equipe de comunicação do NBB, onde também coordenou o Jogo das Estrelas, reconhecido como o maior evento de esporte e entretenimento do Brasil. Ele ainda teve passagens pela Federação Paulista de Futebol e Puma Brasil.