Postado em 11/03/2020
Em meio a uma viagem mental com fantasmas da Ku Klux Khan e Gorilas, numa pequena cidade fora do mapa, em pleno coração do Brasil, Crioulo, um jovem negro perde seu pai, um ativista das causas sociais, morto por policiais num conflito de classes. Com situações cômicas e ácidas, a partir de histórias que revisitam décadas de preconceito, violência, conflitos de raças e identidade, Crioulos é uma crítica mordaz a respeito das questões raciais ainda tão presentes nos dias hoje.
A peça, que faz temporada no Sesc Santo Amaro, provoca o público com furos e situações da realidade brasileira, entrelaçando passagens de conflitos reais de raça e identidade no Brasil, a momentos políticos importantes da história e outras instâncias e camadas culminando no desespero de se rir daquilo que é verdadeiro e cruel. O Espetáculo acontece de 11 a 15 de março, quarta, quinta e sexta, às 20h e sábado e domingo, às 18h30.
Realidade Preta
“Acredito que para o protagonismo negro acontecer ele deve ser aparelhado com narrativas originalmente negras que proporcionem singularidades a partir da evidência de novas vozes negras – necessitando ser cada vez mais estruturadas, habilitadas para um alcance maior de roteiros, textos, dramaturgias, direções, atuações de artistas negros na cena teatral da cultura e da arte no Brasil. Quebrando qualquer tipo de dependência histórica para que a fala negra aconteça originalmente, fomentando a continuidade e a criação de novas subjetividades contemporâneas negras como obras e, consequentemente, contribuindo para uma reparação artística diversificando o imaginário e simbólico de um público. O Projeto Crioulos idealizado por mim e somado em convite a outros artistas, é um recorte de leituras de todas as linguagens que a tempos denuncia, proclama e coloca a voz negra como voz central de uma dramaturgia. Com referências a escritores, diretores, atores, comediantes e músicos negros, o espetáculo dialoga com artistas internacionais e grandes ícones brasileiros que em suas épocas sacudiram o imaginário popular como as figuras cômicas – Grande Otello e Mussum”, explica o diretor Caio D’Aguilar.
FICHA TÉCNICA
Texto e Direção | Caio D’Aguilar
Elenco | Anderson Negreiro, Ilu Malanda, Caio D'aguilar, Fernanda Ross, Kenan Bernardes, Alberto Pereira Jr e Carlos De Niggro
Luz | Gabriele Souza
Figurino | Adélia Well e Maiwisi Ayana
Cenógrafo e Cenotécnico | Diego Machado
Conselheiro | Eduardo Silva
Designer de som | Dugg Mont
Preparador Corporal | Boogaloo Begins
Arte, Designers e Imagens | Luciano Angelotti
Som| Marcos Fêlinto
Fotografia | Vitor Pickersgill
Operador de Vídeo | Mário Alves
Filmagem | Bruno Maurício
Produção Executiva | Taynã Marquezone
Direção de Produção | Dani Angelotti
Idealização | Projeto Crioulos