Postado em 28/02/2020
Formada em Engenharia de Produção, a paulistana viu sua trajetória mudar em agosto de 2001, quando sofreu um acidente de carro, resultando numa lesão da medula que a tornou paraplégica. Antes deste acidente, dançava semiprofissionalmente estilos como flamenco, moderno e jazz. E o fato de estar agora numa cadeira de rodas não a impediu de continuar.
Depois de viver tantas mudanças, Cecilia conta que sentiu o desejo de praticar um esporte e em 2003, enquanto fazia reabilitação na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), pôde vivenciar uma clínica de Tiro com Arco. E foi participando desta que, não só conheceu, como se apaixonou pela modalidade Paralímpica. Em 2014 buscou uma escola acessível, e essa escolha lhe trouxe uma disciplina de atleta que tanto mudou sua rotina, como se tornou o início de sua carreira esportiva.
Cecília treina desde 2014 com o ex-técnico da Seleção Brasileira Daltely Café. Conquistou títulos paulistas, brasileiros e agora vai em busca de títulos internacionais. Coleciona três convocações para a Seleção Brasileira (em 2014 na Argentina, 2015 na Alemanha e 2017 no Porto Rico) e diversos resultados nacionais. Nos anos de 2015 e 2016 respectivamente, conseguiu o 3º e o 2º lugares no Campeonato Brasileiro Paralímpico Open. Nos Rankings Outdoor e Indoor Paralímpico Open, oscilou entre a 2ª e 3ª colocações nos anos de 2014 a 2017.
Embora já houvesse encontrado e escolhido seu esporte, Cecilia nunca deixou a dança e continua dançando na cadeira de rodas, fazendo participações em apresentações de flamenco, dança moderna e também na dança de salão. Em 2004, foi convidada pelo diretor Deto Montenegro – irmão de Oswaldo Montenegro – a ingressar no grupo de teatro “Oficina dos Menestréis”. Deto montou o espetáculo “Noturno’’, escrito por Oswaldo, retratando vários aspectos da noite paulistana. Vale lembrar que “Noturno” foi escrito para andantes e Deto inovou, montando uma versão apenas para cadeirantes. Mais uma nova experiência, afinal, se na dança, Cecilia está com parceiros andantes, no teatro são todos cadeirantes.
Hoje, aos 46 anos, a atleta está buscando colocação para participar dos Jogos Paralímpicos em Tóquio, neste ano. Sempre se reinventando, nos meios artísticos ou no esporte, a atleta esbanja alegria e segue confiante.
Hoje eu sou totalmente independente, moro sozinha inclusive, e vida que segue”, ressalta Cecilia.