Postado em 07/01/2020
Na cena artística brasileira do início do século 20, Nicolina Vaz de Assis está entre as poucas mulheres reconhecidas profissionalmente. A escultora nascida em Campinas (SP), no ano de 1874, começa lá sua carreira, reconhecida pelo busto de Campos Salles – nascido em Campinas e eleito presidente da República em 1898. Essa foi uma de outras tantas obras que renderam à artista a possibilidade de estudar com mestres dentro e fora do país.
Em 1897, Nicolina recebe uma bolsa do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo para estudar no Rio de Janeiro, onde se torna pupila de Rodolfo Bernadelli. Por lá, esculpe bustos de presidentes de estados, políticos e outros personagens ilustres para o Museu da República. Tendo como matéria-prima o bronze e o mármore, a artista também se destaca na arte tumular – termo usado para obras feitas em cemitérios. Um exemplo dessa linha de trabalho é O Selvagem, de 1898, escultura feita para o túmulo de José Vieira Couto de Magalhães (1837-1898), último presidente da província de São Paulo.
PIONEIRA
Considerada a primeira escultora da cidade, suas obras podem ser vistas em praças e cemitérios como o da Consolação. Em 1904, novamente ganha uma bolsa de estudos. Dessa vez, para Paris, onde permanece até 1907 e conhece o escultor português Rodolfo Pinto do Couto, com quem se casa após viuvez do primeiro marido. É de Nicolina a obra Fonte Monumental, esculpida no período de 1913 a 1923, na Praça Júlio Mesquita, centro da capital paulista. Ao longo da vida,
foi reconhecida pelo seu talento, caso da homenagem feita pelo pintor Eliseu Visconti, que pintou um retrato da artista em 1905. Nicolina faleceu em 1941, no Rio de Janeiro, como uma precursora nas artes.
Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural