Postado em 28/11/2019
Resenha do livro: HARRISON-HALL, Jessica. China: uma história em objetos. Tradução de Érico Assis. São Paulo: Edições Sesc, 2018. A obra de Jessica Harrison-Hall, chefe da seção chinesa do British Museum, intitulada China: uma história em objetos oferece um amplo e rico panorama da produção artística e cultural chinesa ao longo de cinco mil anos. O livro está organizado em seis capítulos, nos quais a autora delimita períodos históricos representativos dentro da complexa historiografia chinesa, apresentando as diversas artes e técnicas desenvolvidas pelos chineses. Seguindo essa cronologia simplificada, vamos percorrer os capítulos dando mais alguns breves aportes. No capítulo 1, intitulado “Os primórdios da China (5000–221 a.C.)”, a autora abarca um extenso período de tempo, desde as culturas neolíticas até a unificação do império em 221 a.C. Na origem da civilização chinesa, concorrem a narrativa mitológica, preservada nos antigos anais históricos sobre as primeiras dinastias, e o registro arqueológico, resultado de intensas pesquisas realizadas desde as primeiras décadas do século XX. Interessante que, em alguns casos, a narrativa mitológica e o registro arqueológico coincidem de forma admirável. No campo do registro arqueológico, destacam-se as culturas neolíticas de Yangshao (5000–3000 a.C.) e Longshan (2600–1900 a.C.), a primeira caracterizada por uma cerâmica rústica de cor vermelha e temas geométricos (lembrando a nossa cerâmica marajoara) e a segunda, por uma cerâmica refinada e muito leve, de cor preta. A passagem de Yangshao para Longshan, culturas localizadas em larga medida no mesmo território junto ao Rio Amarelo, denota uma acentuada evolução técnica e estética, que irá se refletir também na produção de objetos de jade e, posteriormente, nas grandes peças rituais de bronze das primeiras dinastias chinesas. Ainda neste tópico, vale destacar as recentes escavações em Sanxingdui, que revelaram misteriosas máscaras de ouro de grandes proporções (ver ilustração 6, p. 19).(…)
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