Postado em 25/11/2019
O que o uso das piscinas tem a dizer sobre a forma como nos relacionamos com o mundo
Texto: Camilo Gomide
Foto: Flavia Valsani
Uma das melhores lembranças que Gislene Ribeiro de Lemos tem da infância é dos dias na piscina. Sempre que possível, a mãe a levava a um centro esportivo educacional em Pirituba, bairro na zona noroeste da cidade de São Paulo, para brincar com os irmãos. Da parte rasa onde ficava, a garotinha espiava a semiolímpica, proibida a ela, que era muito nova e não sabia nadar. Ainda levaria alguns anos até que ela aprendesse, mas foi ali que Gislene firmou um compromisso que a marcaria
para o resto da vida: quando crescesse, nadaria numa semiolímpica.
A piscina em que Gislene não nadou nos findos da década de 1970, certamente, era muito diferente das encontradas hoje em dia. Até meados dos anos 1990, era muito comum que as piscinas tivessem uma profundidade muito maior. Como a prática de saltos ornamentais era popular, uma parte significativa do tanque tinha, em média, quatro metros de profundidade. Além disso, é claro, havia os trampolins. Desse ponto até a outra extremidade, uma rampa nivelava gradativamente a altura até dar pé para a maioria dos adultos, para, então, chegar a um nível seguro para a presença das crianças.
Com o passar dos anos, técnicos e engenheiros foram percebendo que essa configuração não fazia muito sentido. A parte funda do tanque, uma faixa bem larga, era pouco ocupada, enquanto o setor mais raso ficava
apinhado de gente. Aos poucos, esse modelo foi sendo substituído por um novo padrão: o piso subiu e passou a ter a mesma profundidade em toda a área, algo entre 1,0m e 1,40m. Assim, a piscina tornava-se um espaço mais democrático.
O engenheiro Amílcar Filho, gerente de engenharia e infraestrutura do Sesc, é um dos profissionais que acompanhou
de perto essas mudanças. Na instituição há mais de 30 anos, ele foi um dos responsáveis pelas reformulações
e pela criação de uma nova padronização das piscinas da instituição. “Imagino que há 40 anos tentava-se reproduzir o que era um rio ou um lago sem ter a preocupação se as pessoas sabiam ou não nadar. Isso foi se transformando. Eu percebo que até em clubes isso evoluiu. A maioria dos parques aquáticos tem evoluído para equipamentos de uso geral e irrestrito,
pensando em um uso mais democrático, com exceção daqueles que são voltados aos saltos ornamentais.”
Para o engenheiro, a principal mudança de paradigma foi a percepção de que a concepção das piscinas deve acompanhar
a demanda das pessoas: “O que aconteceu ao longo desses anos é que a gente foi adequando sempre a piscina ao uso. Todas as questões relativas à construção foram acompanhando a necessidade da utilização do espaço”, diz. Outra adaptação natural decorrente dessa nova visão foi aumentar o nível da água em relação às bordas para facilitar a saída do tanque: “Antes, só era possível sair das piscinas por meio das escadas. A água ficava 30 cm abaixo da borda, o que dificultava a saída”.
Essas transformações deram resultado e as piscinas do Sesc passaram a atender um número consideravelmente maior de pessoas. A ocupação total do tanque também trouxe a possibilidade de praticar novas modalidades na água, como hidroginástica, nado sincronizado, recreação, até mesmo aulas de surf tornaram-se viáveis. Esses novos usos levaram o Sesc a repensar o próprio conceito de educação para a piscina. “A nossa proposta não é dar apenas um curso de natação,
mas trabalhar as práticas aquáticas. Porque, na verdade, as pessoas não vão ao Sesc para serem exímias nadadoras, mas para saber o que podem fazer com a água”, explica Amílcar.
O afluxo maior de gente também obrigou os engenheiros a pensar em soluções para o tratamento da água. A qualidade dela é um dos fatores de cuidado de segurança em uma piscina. Mais pessoas no tanque significa mais bactérias e possíveis contaminações. A água em uma piscina dificilmente é trocada (seria um desperdício) e, por isso, precisa circular constantemente. Nesses ciclos, o pH é regulado e uma quantidade pequena de cloro é usada contra os micro-organismos.
“Na natureza isso é compreensível. Em um lago, por exemplo, a água se renova. Chove, o lago transborda. Existem peixes, existe um constante equilíbrio. Agora, quando reproduzimos algo ou criamos um ambiente, somos responsáveis pela segurança daquele lugar, o que é uma tarefa complicada, pois exige uma série de providências que se sobrepõem de forma a garantir a saúde e o bem-estar dos frequentadores”, conta Amílcar.
Existem vários fatores que precisam ser levadas em consideração a respeito do uso que as pessoas fazem da piscina, desde a experiência no vestiário à entrada na água. O projeto arquitetônico de uma piscina de utilização pública
deve levar em conta fatores como a disposição do sol, assim como o perfil da vizinhança onde ela será inserida e as práticas que ali serão realizadas, para não entrar no mérito dos muitos aspectos técnicos envolvidos. E por trás de cada uma dessas escolhas existe um conceito.
O arquiteto Edson Elito, responsável pela arquitetira das unidades do Sesc Araraquara, no interior de São Paulo, e do Sesc Santo Amaro, na capital, conta que uma das premissas dos projetos era a integração das piscinas com as demais áreas dos complexos.
“O princípio do Sesc é que ele seja um espaço de descoberta e fantasia, onde as pessoas possam sair do cotidiano, das obrigações, dos deveres e entrar num espaço de libertação da mente e do espírito. Um lugar onde o indivíduo possa ler, ter cultura, esporte, lazer e espairecer”, diz Elito.
A ideia da equipe de arquitetos de Elito para a construção do Sesc Santo Amaro, por exemplo, foi projetar um prédio o mais horizontal possível, onde fosse possível visualizar todas as ofertas de atividades disponíveis, independentemente do lugar. “Dessa forma, alguém que esteja ali para ler pode ver que também existe uma piscina no local e se interessar em nadar, e vice-versa”, explica.
Outro aspecto importante para a compreensão do espaço nesse projeto, segundo Elito, é o fato de ele praticamente não ter paredes. A maioria das divisórias do edifício são feitas de vidro, justamente para ampliar a visibilidade de todo o ambiente. “A translucidez do vidro e a ausência de anteparos onde não há necessidade faz com que haja essa possibilidade de escolha de espaços e atividades pelos sentidos”, diz o arquiteto.
No caso da piscina, em especial, a transparência também tem outro propósito: desafiar o tabu em relação ao corpo. A área de banho está localizada na entrada da unidade. Um vidro leitoso impede que os banhistas fiquem expostos aos transeuntes da rua, mas eles podem ser vistos da maioria das áreas internas de convivência. “Pensamos que, ao naturalizar a presença
do corpo seminu, podemos contribuir para o fim de preconceitos”, explica Elito.
Para fazer uma unidade como a descrita por Elito são contratados, aproximadamente, 34 projetistas especializados. De acordo com o gerente de engenharia e infraestrutura do Sesc, Amílcar Filho, a entidade trabalha em todo o ciclo: a escolha do terreno, a concepção do projeto, a construção e a operação. O princípio fundamental desse método é construir equipamentos que atendam efetivamente as pessoas e sejam duradouros.
“No fim das contas a importância de tudo o que a gente faz está nas pessoas, estamos aqui para gerir e atender pessoas. Quando a gente identifica um equipamento como a piscina, que é quase um carro chefe de atração de público, até por toda a magia que a água traz, todas as áreas, obviamente, começam a se esmerar e produzir aquilo que eles acham de melhor
para que aquele equipamento funcione adequadamente e atenda a população”, diz Amílcar.
O hábito de se banhar em rios e tanques semelhantes às piscinas como as conhecemos hoje é registrado desde a
antiguidade. Gregos, romanos e egípcios, milhares de anos antes de Cristo, mantinham rituais diários de banho. A forma como nos relacionamos com a água, no entanto, deve mais aos índios do que a outros povos ocidentais.
Quando chegaram ao Brasil, em 1500, os portugueses se espantaram com o número de vezes que os indígenas se banhavam, mas, aos poucos, perceberam os benefícios do costume e o incorporaram. Até hoje, o rio tem um papel central na vida das tribos brasileiras. É por meio da relação com a água que o indígena entende os limites do próprio corpo, quando criança, e que se estabelecem seus principais vínculos com a natureza. O rio, para o índio, é a própria vida: é ali que ele
pesca, navega, se banha, se diverte e tem grande parte de suas interações e aprendizados.
Às vezes é difícil encontrar uma resposta racional para explicar o porquê de nosso fascínio pela água. Gislene Ribeiro de Lemos, por exemplo, ainda hoje, aos 50 anos, não sabe dizer ao certo de onde vem a paixão pela água e nem teoriza sobre os motivos que a levaram a prometer, quando criança, um dia nadar em uma piscina semiolímpica. Ela simplesmente
gosta de água desde que se entende por gente e não consegue viver sem nadar.
Mas nem sempre foi assim, e, de certa forma, isso aconteceu um tanto ao acaso. Aos 13 anos, Gislene deixou de frequentar assiduamente a piscina do centro esportivo de Pirituba e, aos poucos, foi abandonando os esportes. Seguiu com os estudos e começou a trabalhar. Quatro vezes ao ano, pelo menos, ia à praia com a família, onde podia curtir seu lugar favorito, a água, mesmo sem saber nadar propriamente. Foi só aos 23 anos, dois anos depois de ser mãe, que tomou a iniciativa de se matricular numa escola particular de natação. Aprendeu mais ou menos dois estilos e passou a se dedicar quase que exclusivamente ao trabalho e à família.
Nos últimos sete anos Gislene tem conseguido aproveitar as piscinas como gostaria. Matriculou-se novamente em aulas de natação, aprendeu os quatro estilos e, desde 2016, participa de travessias marítimas. Duas vezes por semana, antes de ir para o trabalho, Gislene cai na piscina do Sesc Pompeia uma hora antes da aula. Ela emenda o treino individual com a sessão acompanhada pelo professor. “É um momento que é uma válvula de escape para mim. Na correria do dia
a dia, ali é o lugar que eu tenho para cuidar de mim: sou eu e a piscina e a piscina e eu”, diz Gislene.
Uma explicação possível para o encanto exercido pelas áreas de banho é a interação social que existe nesses lugares. Esse fator foi uma das conclusões apresentadas pelo antropólogo José Magnani no relatório “Cultura e Lazer: práticas de lazer e físico-esportivas dos frequentadores do Sesc em São Paulo”. Ao analisar a dinâmica de convivência dos frequentadores da unidade do Belenzinho e de Itaquera, na zona leste da capital paulista, Magnani percebeu a importância da sociabilidade:
“As pessoas se encontram, se observam, paqueram, há a possibilidade de a criança brincar de um jeito e o adulto de outro. Na antropologia a gente poderia chamar isso de fato social total. Não é simplesmente o contato da água com o corpo, é todo esse conjunto, a roupa, o corpo, o olhar, tudo isso faz com que o lazer na piscina seja amplo, e diverso, na verdade”, diz o pesquisador.
O antropólogo afirma que a piscina exerce esse papel inclusive em ambientes privados: “Mesmo nesses casos elas são de uso coletivo em termos familiares, dentro de um ciclo de convivência da pessoa. Normalmente não é para uso individual. Como lazer, mesmo numa casa de família, a piscina é lugar de convivência, com familiares, colegas, que se reúnem para curtir algo em torno da piscina, não necessariamente pra entrar na água, mas para conversar, debater, ter formas de
sociabilidade. A piscina, na verdade, é um centro de sociabilidade. As pessoas até entram na água, mas às vezes você
vê uma piscina enorme e todo mundo está em volta, nas cadeiras, tomando sol, conversando, mas não necessariamente
dentro da água. Ela tem esse lado simbólico importante, de estar no centro de um espaço de convivência”, diz (leia a entrevista com o antropólogo à pág. 30).
Na vida do artista plástico Marcos Concílio, de 72 anos, a piscina foi uma imposição médica. A vida inteira Marcos praticou exercícios físicos, mas, desde 2002, devido a um problema na articulação coxofemoral, se viu obrigado a abandonar atividades de impacto – até mesmo caminhadas longas tiveram de ficar de fora. Há anos Marcos frequenta o Sesc
Consolação, a poucos metros de sua casa, mas até então ignorava solenemente o tanque d’água. “Não tinha
uma grande atração pela piscina. Quando você chega ao Sesc Consolação dá para ver pelo vidro a piscina, tem até uma área com arquibancada se você quiser assistir o pessoal, mas eu não chegava nem até lá. Eu via pela porta de vidro que havia uma piscina, mas passava direto e pegava o elevador para a sala de ginástica, ou para as quadras”, conta o artista plástico.
Marcos fez aulas de natação por um tempo para aprender a nadar e, logo depois, migrou para a hidroginástidemocrática. Por frequentar diariamente o Sesc, acabou estabelecendo o tipo de vínculo social descrito pelo antropólogo José Magnani. “Duas vezes por semana faço a hidro e nos outros dias vou porque quero. Nos dias que não tenho aula, fico me exercitando na água e batendo papo com os amigos. Vou encontrar meu pessoal, conversar e começar o dia. Virou um hábito. É essencial
para o meu bem-estar, me sinto muito bem fisicamente depois que saio da piscina, preparado para começar o dia”, diz Marcos.
O economista Caio Medeiros, 67, também deu as primeiras braçadas por conta de um problema de saúde. Aos três anos de idade, foi vítima de poliomielite e perdeu a musculatura superior da coxa esquerda. “Eu já sabia andar, mas tive de aprender de novo”, conta Medeiros. Os médicos recomendaram exercícios na água para estimular os músculos da perna.
Caio encontrou nos esportes uma forma de se igualar aos outros. Nascido em Monte Alto, no interior de São Paulo, ele conta que sempre nadou em açudes, mas que até os 16 anos tinha vergonha de frequentar as piscinas. “Nessa época eu só andava de calça, tinha uma certa resistência em mostrar a perna, mas todo mundo percebia porque eu manco um pouco”. Numa certa ocasião, foi levado pelos pais para assistir uma competição de natação em um clube local na qual um garoto sem um dos braços competia. Alguma coisa mudou depois de ver aquele menino nadar rápido e ouvir da mãe que ele também podia fazer o mesmo.
Embora tenha praticado outras modalidades esportivas ao longo da vida, foi na natação que Caio acabou se firmando – em certa medida, por conta da ausência de impacto, mas também por gosto. Hoje ele nada 3km por dia em piscinas e participa de travessias no mar. Caio faz questão de frisar que, apesar do problema na perna, compete de igual para igual com todo mundo. Mesmo podendo concorrer na série de pessoas com deficiência, ele opta por participar da bateria geral. Seu último resultado é uma prova de sua capacidade: 1° lugar na categoria máster nos 4km do “Rei e Rainha do Mar 2018”, no lago Paranoá, em Brasília (DF).
Há ainda casos como o de Silvana Santos, 48, em que a natação resulta em uma melhora significativa de quadros clínicos graves. Há oito anos, Silvana foi diagnosticada com esclerose múltipla. Ao saber da doença, Silvana entrou em depressão. Seus médicos recomendaram que ela parasse de trabalhar e se dedicasse exclusivamente aos exercícios físicos.
Faz dois anos que Silvana largou o trabalho e começou a fazer ginástica multifuncional e natação no Sesc Pinheiros. Em agosto de 2017, resolveu participar, também, das aulas de triatlo. De lá para cá, sua saúde psicológica melhorou e o número de crises diminuiu significativamente.
Para se ter uma ideia: em um ano ruim, Silvana teve de ser internada três vezes; já nesses dois últimos anos, ela enfrentou apenas duas internações, e ambas bem no início dessa sua mudança de vida. “Nadar é muito bom porque eu me desligo de tudo, tiro o foco da doença, desestresso e esqueço que estou numa cidade cheia de carro, poluída, cheia de problemas. Quando eu estou na piscina nadando é como se estivesse em um outro mundo”, diz.
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Piscinas públicas e questões sociais
Um olhar cuidadoso sobre a história das piscinas tem muito a revelar sobre uma sociedade. É o que demonstra o historiador Jeff Wiltse em seu livro “Contested Waters: A Social History of Swimming Pools in America” (Águas conflituosas: uma história social das piscinas na América, em tradução livre, não editado em português) e o grupo de pesquisadores que organizou a obra “The Pool: Architecture, Culture and Identity in Australia” (A piscina: Arquitetura, Cultura e Identidade na Australia, em tradução livre, também sem edição brasileira).
Wiltse remonta a trajetória das piscinas municipais nos EUA desde seu surgimento, no século 19, até o fim do século 20. Menos interessado em questões técnicas do que em aspectos sociológicos, o autor faz um retrato de como questões como machismo, racismo e diferenças de classes foram vivenciadas pelos americanos nesse espaço público ao longo desse período.
“The Pool”, apesar de estar vinculado a uma instalação concebida para a Bienal de Arquitetura de Veneza, de 2016, segue uma linha de investigação parecida. O trabalho mostra a importância da piscina como espaço público para a formação social da Austrália. Uma história de integração e exclusão dos povos aborígenes.
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Em 2002, a cidade de Copenhague, capital da Dinamarca, dava o primeiro passo numa megaoperação de revitalização de uma antiga zona portuária. Neste ano, foi inaugurado o primeiro complexo de piscinas públicas do Copenhagen Harbour Bath, em Island Brygge.
Ao longo do século 20, o centenário porto de Islands Brygge deixou de ser uma área industrial pujante e um ponto militar estratégico para se tornar um bairro decadente e pouco habitado em uma área central da maior cidade dinamarquesa, que possui cerca de 1,2 milhão de habitantes hoje.
A iniciativa é o resultado de uma parceria entre as companhias proprietárias dos empreendimentos locais com o poder público e faz parte de um projeto maior, conhecido como Blue Plan, cujo propósito é aumentar as opções de lazer na cidade.
Ao todo, são três conjuntos de piscinas públicas construídas dentro do mar e distribuídas ao longo da costa: Island Brygge, Fisketorvet e Sluseholmen. Cada um deles, com uma característica própria. O primeiro tem uma vida mais agitada e é usado, principalmente, por jovens que vão lá para correr, saltar do trampolim e se exercitar; o segundo é mais utilizado para o banho de sol e para a natação; e o último costuma ser frequentado por famílias.
“As piscinas acabaram atraindo muita atividade, como lojas, cafés etc., e criaram vida num porto fantasma”, conta Jacob Schrøder, gerente do Harbour Bath. Além disso, proporcionam uma experiência singular de lazer a céu aberto: “Ao mesmo tempo que você está nadando em um espaço ao ar livre, você está dentro da cidade. Você está literalmente no meio da cidade e pode ver os edifícios de Copenhague e tudo o mais. Isso é muito único”, comenta Schrøder.