Postado em 31/07/2019
Foto: Marcos Santos
De sanatório particular a Centro de Preservação Cultural. É assim que se divide a história da Casa de Dona Yayá, na Rua Major Diogo, no bairro da Bela Vista. Uma das últimas chácaras que circundaram a região central da cidade, foi residência de Sebastiana de Mello Freire, de 1920 a 1961. Lá, Dona Yayá, como era conhecida, viveu até os 74 anos, reclusa. Até hoje, sua história provoca a curiosidade de visitantes e de moradores da região.
Nascida em Mogi das Cruzes, no dia 21 de janeiro de 1887, Sebastiana pertenceu a uma aristocrática família paulista marcada por tragédias. Ainda criança, perdeu duas irmãs pequenas. Depois, aos 14 anos, pai e mãe faleceram. Aos 18, ela ainda perde seu único irmão. Sem nenhum parente de primeiro grau, viveu desde a morte dos pais sob a tutela de Manuel Joaquim de Albuquerque Lins, político liberal que exerceu a presidência de São Paulo entre 1908 e 1912. A recomendação veio do próprio pai da jovem, em testamento.
Yayá foi interna no tradicional colégio Nossa Senhora de Sion, frequentado pelas moças da elite paulistana. Era uma mulher independente, que gostava do mundo das artes e não quis se casar.
A partir de 1918, indícios de desequilíbrio emocional levaram à internação em um hospital psiquiátrico.
Só que parentes e seu tutor seguiram a orientação dos médicos de continuar o tratamento em casa, num sanatório particular.
Patrimônio cultural Sem herdeiros, todos os seus bens, incluindo essa casa, foram transferidos para a Universidade de São Paulo (USP). Sob a responsabilidade da USP, a partir de 1969, a Casa de Dona Yayá foi reconhecida como um patrimônio cultural. O casarão passou por recuperação e restauro. Paredes de tijolos, pinturas murais e o próprio jardim mostram três momentos distintos da residência: o chalé de uma chácara rural, uma casa eclética em área já urbanizada e, por último, o sanatório.
Em 2004, o Centro de Preservação Cultural (CPC) da USP foi transferido para o casarão, de maneira que reforçou a valorização e a reflexão acerca de sua arquitetura, da história do bairro e da figura de Dona Yayá por meio de uma variada programação com apresentações artísticas, oficinas, eventos acadêmicos, cursos de difusão, exposições, entre outras atividades. Um exemplo é o projeto Bixiga em Artes e Ofícios, um inventário colaborativo das práticas culturais no bairro.
(Fonte: Centro de Preservação Cultural da USP – https://biton.uspnet.usp.br)
Serviço
Casa de Dona Yayá
Local: Rua Major Diogo, 353, Bela Vista, São Paulo - SP
Visitação: De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
(visitas mediadas, solicitar agendamento: cpceduc@usp.br)
Informações: (11) 2648-1501
Entrada gratuita