Postado em 17/07/2019
Você já parou e se questionou sobre a existência de vida inteligente em algum outro lugar do universo? E se existe mesmo, onde está que não vemos? Esse tipo de questionamento sempre caminhou junto com a civilização humana, e foi na década de 1940 que o físico Enrico Fermi, ficou conhecido por dúvidas e mais dúvidas como essas. Suas perguntas originaram o que é chamado de “Paradoxo de Fermi”. Para ele, mesmo sendo muito provável a existência da vida extraterreste, não há nenhuma prova concreta dessa possibilidade. Paradoxo que resulta em infinitas discussões no meio científico.
Conversamos sobre o tema com o Ufólogo, consultor da Revista UFO e membro da Comissão Brasileira de Ufólogos, Marcos Seixas. Confere aí.
Eonline: O Paradoxo de Fermi traz um conflito de argumentos entre a probabilidade de vida extraterrestre e a falta de evidências. Como teria surgido esse conflito no Físico Enrico Fermi?
Uma das muitas estórias que cercam a origem da famosa pergunta ("onde está todo mundo") diz que Fermi cruzou na hora do almoço com vários colegas que conversavam animadamente sobre a possibilidade de vida extraterrestre, ao mesmo tempo que folheavam um exemplar do periódico "The New Yorker", no qual alegres alienígenas roubavam latas de lixo da cidade de Nova Iorque. Neste momento, o físico, certamente incomodado, fez a pergunta que se tornou seminal no campo da astrobiologia: se o Universo é tão grande e tão cheio de vida como dizem, porque não temos evidências? Onde está todo mundo? Até onde sabemos, o grande físico não teve mais nenhum interesse no desenvolvimento de ferramentas que pudessem responder à inquietante pergunta.
Eonline: Quais são os principais argumentos do físico Enrico Fermi para a possibilidade de vida lá fora? Ele próprio chegou a sustentar a inconsistência dessa evidência?
Fermi nunca foi defensor da possibilidade de vida extraterrestre. Tampouco manifestou interesse específico neste tema. Seu campo de atuação - até onde sabemos - se limitou ao estudo da física das partículas, trabalho pelo qual ganhou o Prêmio Nobel, aos 38 anos de idade.
Eonline: Em que esse Paradoxo contribuiu e contribui cientificamente, para os avanços das pesquisas no campo da astronomia?
Mais ou menos na mesma época que Enrico Fermi fez sua famosa pergunta, Orson Wells fazia uma transmissão radiofônica da obra "Guerra dos Mundos", de H.G. Wells, dramatizando uma suposta invasão da Terra por marcianos hostis. Uns poucos anos depois, um objeto não identificado (e seus tripulantes) caía num rancho em Roswell, no estado americano do Novo México. Ao mesmo tempo, os cientistas vinham tendo noções mais precisas do tamanho do nosso Universo observável. Tudo isso serviu como caldo de cultura para uma crescente inquietação que apontava para nossa imensa solidão cósmica. Daí em diante, ninguém mais conseguiu segurar a espiral da busca por evidências de vida (inteligente ou não) no cosmos. Missões da NASA (Pioneer, Voyager, etc.), o Instituto SETI e a usina de pesquisas que ficou conhecida como Astrobiologia representaram o Norte a nos indicar o caminho a seguir, na busca de nossos vizinhos.
Eonline: Quais as principais discussões que o tema suscita entre ufólogos e cientistas?
Ufólogos e cientistas compartilham da opinião que aponta a VIDA como um imperativo do cosmos. No entanto, a comprovação da existência de vida extraterrestre INTELIGENTE coloca ambos em lados opostos. Enquanto os primeiros guardam a convicção de que o contato já ocorreu (e vem acontecendo com frequência diária), por conta dos milhares de relatos e indícios coletados ao longo de milênios, os segundos não compartilham da mesma certeza, preferindo se apoiar em bases mais sólidas, exigindo da pesquisa amadora evidências consistentes para suas surpreendentes alegações. Seja como for, a comprovação da existência de vida fora da Terra (ainda que em estágio primitivo) será com certeza a notícia mais surpreendente da história humana.