Postado em 28/06/2019
Forjada por distintas influências, a música reflete a diversidade cultural presente em território nacional por meio de repertórios tradicionais e contrapontos de vanguarda, relembrando e renovando aquilo que somos.
Um dos relevantes aspectos, que constituem facetas dessa expressão artística, se refere à trajetória percorrida pelo violão, desde o final do período colonial até os dias atuais. Num passado recente, era considerado como um instrumento despretensioso e marginalizado, sobretudo por sua abrangente inserção nas camadas sociais mais populares. Tal apropriação, no contexto histórico e social da época, conferiu ao violão o símbolo de indolência, estigma que perdurou por muitos anos. Posteriormente, conquistou prestígio e respeito, fruto de movimentos empenhados na ruptura de preconceitos e em sua valorização, confluindo para o apagamento da memória de sua condição anterior.
O projeto ‘Violões Brasileiros’ propõe a apreciação do atual panorama musical dedicado a um dos mais populares instrumentos no país. De junho até dezembro, o Sesc Jundiaí recebe expoentes do violão brasileiro aclamados pelo público e pela crítica nacional e internacional, que se apresentam explorando repertórios, histórias e experiências.
Na Pauta
A versatilidade harmônica e melódica do violão, somada à facilidade de transporte e baixo custo, fez dele elemento marcante na cultura musical de muitos países. No Brasil, a canção popular não existiria, ou ao menos não como hoje, não fosse o violão e seu encaixe como acompanhamento do canto solo. Mas, para além de ser o instrumento da maioria dos compositores, o violão também é utilizado na música erudita e como instrumento solista.
‘Violões Brasileiros’ pretende oferecer um panorama musical abrangente sobre esse instrumento outrora marginalizado e hoje de grande prestígio. Mestres do violão convidam representantes da nova geração de instrumentistas para dividir o palco, repertório, histórias e experiências em uma grande celebração ao instrumento e suas possibilidades expressivas. Yamandu Costa convida Cainã Cavalcante, Egberto Gismonti toca com o filho Alexandre Gismonti, Paulo Bellinati e Marco Pereira recebem Daniel Murray, André Geraissati se apresenta com Andrea Perrone, Duofel com Duo Fryvan, Badi Assad com o Quarteto Abayomi e Fábio Zanon fecha o projeto ao lado de Nícolas Porto.
A presente iniciativa – em consonância com a missão do Sesc no campo das ações socioculturais e educativas – transborda as complexas sonoridades de um instrumento significativo no imaginário brasileiro.
Acompanhe a programação do projeto aqui.