Postado em 06/06/2019
Laisy Scardazzi, de 24 anos, é prudentina e ex-jogadora da Seleção Brasileira de Futebol Feminino. Joga há 10 anos, sendo 8 em times profissionais do Brasil e dos EUA. “O futebol foi essencial para me tornar a pessoa e profissional que sou hoje”, enfatiza Laizy.
Este ano, o país do futebol vai exibir pela primeira vez em canais de TV aberta os jogos da Copa do Mundo de Futebol Feminino. Realizada desde 1991, a Copa ganha maior visibilidade nas telas e na programação das unidades do Sesc.
Para discutir mais sobre o tema, conversamos com a atleta sobre o assunto:
EOnline: Qual a importância do futebol feminino estar em evidência hoje?
Laisy Scardazzi: Para todas as meninas que jogaram e jogam é uma vitória e o reconhecimento de anos de trabalho, todas estavam lutando para que isso acontecesse.
EOnline: Quais as maiores dificuldades que você passou no esporte por essa falta de reconhecimento?
Laisy Scardazzi: Uma das maiores dificuldades é o preconceito, é por ele que não temos a atenção da mídia. Essa falta de valorização traz pouco dinheiro e, consequentemente, todas as outras dificuldades de estar em um time como lugar para treinar, academia e alimentação. Tudo isso é muito difícil no futebol feminino, hoje está melhor, mas antigamente a gente ficava sem receber durante alguns meses e o alojamento onde dormia não tinha as melhores condições para uma atleta de alto nível.
EOnline: Quais as diferenças de ter jogado no Brasil e nos Estados Unidos?
Laisy Scardazzi: Eu levei um choque muito grande quando cheguei para jogar em um time universitário nos EUA e vi um futebol muito melhor que o jogado no profissional feminino no Brasil. Isso me chateava por saber que o futebol aqui não é valorizado. Nos EUA a estrutura é melhor para jogar e apresentar um futebol de qualidade, pois eles dão condições para isso, mesmo sendo um futebol universitário. Hoje, eu vejo que o futebol feminino aqui no Brasil está caminhando, mas tem muita coisa para melhorar ainda.
EOnline: Como você avalia o cenário atual do futebol feminino no Brasil?
Laisy Scardazzi: Teve uma melhora muito grande, hoje os times masculinos tem a obrigação de ter também um time de futebol feminino, mas isso é triste por ter acontecido a partir de uma Lei. Não precisava ter sido dessa maneira, mas se foi o único jeito eu espero que as novas gerações possam ter condições melhores para jogar, para que o futebol feminino chegue em um nível ainda mais alto.
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