Postado em 11/01/2019
Quando se fala em Dança Afro, é comum pensar em movimentos tradicionais, ligados ao gestual dos Orixás, por exemplo. Mas a diversidade das danças africanas é tão grande quanto o continente onde elas surgiram. “Para conhecer todos os estilos que existem, nas diferentes Áfricas, a gente teria que morrer e nascer de novo”, brinca a dançarina Gabriela Cabo Verde, que nasceu em Luanda (Angola) e cresceu no Rio de Janeiro.
Especializada em danças africanas, caribenhas e afro-brasileiras, Gabriela conta que durante muito tempo a dança dos povos africanos foi marginalizada, pela maneira vibrante que mobiliza o corpo. Para exemplificar ela cita o caso do Sabar, do oeste africano, que inclui muitos saltos e pulos impactantes, e foi proibida durante um período.
Apesar das particularidades, as danças possuem origens tribais e elementos que se relacionam. “No Afrobeats, temos um movimento chamado eskista em que a gente dança com o ombro, mas Eskista é também uma dança tradicional da Etiópia. O Ndombolo, movimento de rebolado, que vem do Congo, aparece no Dancehall, da Jamaica, com o nome de Wine, associado ao movimento que se faz ao girar uma taça de vinho.”
Nos diferentes estilos, é possível perceber que os movimentos são realizados de maneira solta, sem a formação de pares. “Não há uma condução, mas o respeito aos espaços. Existe a dança para homens, para mulheres e para todos dançarem juntos”. Além disso, Gabriela ressalta que apesar de ser uma prática coletiva, ela não é padronizada: cada um dança com o seu corpo e da sua forma. A formação em roda, por exemplo, ajuda a promover um reconhecimento entre os diferentes participantes.
Para a cultura africana, a dança é algo bastante sagrado e sempre repleto de mensagens. “Uma coisa é falar, a outra, é manifestar totalmente o seu corpo, movimentá-lo para algum lugar”, explica a dançarina.
Nos finais de semana de janeiro, Gabi Cabo Verde vem ao Sesc Vila Mariana apresentar ao público os ritmos tradicionais africanos: Indlamu, da África do Sul, Atilogwu, da Nigéria, Sabar do Senegal e Eskista, da Etiópia. As atividades são gratuitas, para adultos e crianças, e fazem parte do Sesc Verão 2019.
Pratique esportes e atividades físicas no ritmo de sugestões de atletas que estão no Sesc Verão 2019. A primeira seleção traz as 20 músicas preferidas de Diogo Silva, atleta do taekwondo e MC.