Postado em 11/10/2018
Quando se fala em sagu, a primeira lembrança é aquele com sabor de vinho doce. Tem quem adore e tem quem torça o nariz, mas a maioria não sabe a sua história.
Originário da Ásia, o sagu era feito a partir do amido extraído do tronco de palmeiras encontradas por lá, incluindo a espécie mais comum, a Metroxylon sagu, que dá origem ao nome popular do doce. No século XIX as bolinhas brancas passaram a fazer parte da dieta da tripulação dos navios que vinham da Ásia para a Europa. Logo ganharam as cozinhas do velho mundo, pois cozidas inchavam e enganavam a fome, principalmente das crianças.
Por ser um alimento leve, de fácil transporte, o insumo veio parar no Brasil, trazido pelos portugueses. Mas o sagu fez tanto sucesso que a produção asiática a partir da palmeira não conseguiu atender à demanda e, assim, aqui passou a ser feito com o amido da mandioca, inspirado na goma da mesma raiz, que os indígenas brasileiros utilizam para fazer a tapioca.
E foram imigrantes alemães, ao chegarem no Sul do Brasil no século XX, que deram a forma esférica perfeita, na primeira indústria de fécula de mandioca da América Latina, instalada em Santa Catarina. O processo se propagou pela região e uma dessas empresas, no Rio Grande do Sul, popularizou a sobremesa entre os imigrantes italianos e depois, no Sudeste.
Hoje em dia, mundo afora, há diversas receitas, incluindo pratos salgados e chás gelados com as bolinhas!
Agora que você já é íntima/o do sagu, que tal experimentá-lo sem preconceito? Se você já era fã, pode reproduzir em casa a versão disponível aqui no Sesc Avenida Paulista, de Hibisco com Creme de Tapioca, seguindo a receita abaixo:
- Para o sagu:
1 litro de água
200g de sagu
2 paus de canela
5 estrelas de anis
- Para o xarope de hibisco:
1 litro de água
200g de açúcar orgânico cristal
50g de flor de hibisco desidratada
- Para o creme:
20g de tapioca granulada
100ml de leite para hidratar a tapioca
250ml de leite para ferver
100g de leite condensado
1 gema
1 colher (chá) de amido de milho
- Em uma panela grande, aqueça a água com o sachê de especiarias (canela em pau e anis). Quando ferver adicione o sagu.
- Em outra panela, ferva a água com açúcar orgânico e flores de hibisco, obtendo um xarope bem vermelho.
- Deixe o sagu cozinhar até que as bolinhas fiquem transparentes.
- Tire do fogo, escorra a água formada no cozimento e retire o sachê.
- Coe a infusão de hibisco e açúcar sobre o sagu cozido.
- Para o creme, primeiro hidrate a tapioca com o leite (100ml) em uma tigela pequena.
- Em uma panela média, aqueça a outra parte do leite (250ml).
- À parte, dissolva o amido na gema e acrescente o leite condensado, mexendo com um fouet.
- Agregue essa mistura aos poucos no leite aquecido (não pode ferver), misturando continuamente até obter um creme encorpado.
- Retire do fogo e misture bem com a tapioca hidratada.
- Coloque o sagu em copos e cubra com um pouco de creme por cima. O ideal é que ambos estejam frios (sagu e creme).
- Se desejar, faça uma flor com o cabo da colher no creme em cima do sagu. Finalize com uma bolinha no centro da flor.
Obs.: Este vídeo foi produzido na cozinha industrial do Sesc Avenida Paulista para uma produção de 100 porções de sagu de hibisco. A receita descrita está adaptada para quantidades caseiras, com rendimento de 10 porções.