Literatura em cena: homenagem a García Lorca

A rosa
não buscava a aurora:
quase eterna no ramo
buscava outra coisa.

A rosa
não buscava ciência nem sombra:
confim de carne e sonho,
buscava outra coisa.

A rosa
não buscava a rosa:
imóvel pelo céu
buscava outra coisa.

- García Lorca

Em 1898, a Espanha perdia suas colônias.

Nesse mesmo ano, em um dia quente em Fuente Vaqueros - um povoado andaluz - Vicenta Lorca Romeno dava à luz a um dos poetas mais importantes da nossa época: Federico García Lorca.

Lorca mudou-se para a cidade de Granada quando tinha 11 anos. Depois para Madri, quando terminou a faculdade de direito, por insistência de sua família. Morou ainda em Nova Iorque, e voltou à Espanha em 1931, onde viveu até sua morte no início da Guerra Civil Espanhola, em 18 de agosto de 1936.

Mesmo com tantas mudanças, sua cidade natal tornou-se sua fonte de inspiração. Voltou seus interesses para a poesia, música, pintura e teatro, e aos 20 anos publicou seu primeiro livro. Em 1918, estreou no teatro. Como dramaturgo, criou dramas e farsas, até obter sucesso com tragédias. Suas obras abordam temas que dão visibilidade à povos perseguidos, como os judeus, negros e ciganos, pois sentia na pele a discriminação por ser socialista e homossexual.

Leitura de Bodas de Sangue no Teatro Anchieta (Foto: Danilo Cava)

Atores encenando o conto O Amor de Dom Perlimplim (Foto: Danilo Cava)

Em 2018, ano em que ele completaria 120 anos, García Lorca é o homenageado no projeto 7 leituras, 7 autores, 7 diretores, no Sesc Consolação. As leituras dramáticas dos contos e poemas do dramaturgo espanhol, encenadas por atores convidados e dirigidos por renomados diretores de teatro, acontecem todas as últimas terças de cada mês, de maio a novembro. Os espetáculos gratuitos no Teatro Anchieta, traduzem o vigor, a alegria e o entusiasmo de um jovem por seu país, emoções que se encaixam em qualquer tempo.

Eugênia Thereza de Andrade abre todas as sessões em conversa descontraída (Foto: Danilo Cava)

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