Postado em 19/03/2018
De bem com a sua certidão: para cada fase da vida surgem desafios, encantos e necessidades diferentes. Ser saudável também é estar em harmonia com o ponto do calendário pessoal em que você está.
Desde a gravidez até a morte, cada organismo se forma, se desenvolve e se modifica seguindo alguns padrões, ao mesmo tempo em que é afetado de maneira única por tudo o que vive: da temperatura atmosférica às experiências amorosas.
É comum que as pessoas nunca se sintam satisfeitas com a idade que têm. Quando crianças, querem logo ser grandes para fazer aquilo que não é permitido aos mais jovens. Quando adolescentes, ora querem uma coisa, ora outra,
o que é absolutamente esperado.
Os adultos sentem saudades de quando podiam brincar ou pensam em quando poderão parar de trabalhar. E os mais velhos cultivam a nostalgia ou o receio da morte. Tudo isso é normal e, na dose certa, faz bem até. Basta aproveitar o que cada fase tem de melhor.
Primeiros anos
Na infância, a brincadeira é regra pois é ela que satisfaz o nosso órgão mais importante, o cérebro. Ele faz muito mais sinapses nessa fase que na vida adulta: com 12 meses, embora o número de neurônios seja o mesmo, há o dobro de conexões. Esse é um dos motivos pelos quais é mais fácil aprender coisas novas na primeira fase da vida. Ao mesmo tempo, o corpo está crescendo e há muita energia para ser gasta. O melhor mundo para uma criança é aquele que mistura movimento, informação e é cheio de opções, para que ela faça descobertas que a ajudem, quando mais velha, nas escolhas de vida para seu bem-estar.
Fase de se entender
Identidade é a palavra que comanda a adolescência. O adolescente precisa, ao mesmo tempo, afirmar sua individualidade e se sentir aceito pelo grupo que escolheu. É uma fase de altos e baixos, de instabilidade, em que há necessidade de autoafirmação e é comum perder o controle de alguns pontos da saúde mental e física. De acordo com a última edição da pesquisa TIC Kids Online Brasil, realizada pelo Comitê Gestor da internet, oito em cada dez crianças e adolescentes (82%) com idades entre 9 e 17 anos são usuários de Internet, o que corresponde a 24,3 milhões de crianças e adolescentes em todo o país. A conectividade, que é boa por um lado, é apontada como uma causa da queda na prática de atividades físicas e do contato pessoal, além de estar criando transtornos como ansiedade e fomo (do inglês Fear of Missing Out, o medo de estar perdendo algo importante caso não esteja conectado).
Ponto Máximo
Dos 20 aos 35 anos, os jovens adultos experimentam o momento de maior estabilidade física, com o completo crescimento e desenvolvimento do corpo. Além disso, há grande independência de pensamentos e de planejamento de vida. O maior desafio é a administração satisfatória do tempo: como conciliar as ambições de carreira, os cuidados da família (quando a escolha é constituir uma) e o tempo para o ócio. Os adultos também sofrem com a ansiedade gerada pela tecnologia.
Limites do corpo
A partir dos 60 anos, o corpo, que desde os 30 começa a diminuir algumas de suas atividades, pode apresentar limitações para o bem-estar do indivíduo. Mas ser saudável envolve em grande parte o estado de espírito de uma pessoa: ter contato social, amigos, ser ativo e respeitar as possibilidades de cada um. Um estudo brasileiro publicado em 2015 na Revista Latinoamericana de Enfermagem comparou grupos de idosos em três cidades da região Nordeste e identificou que para 30% deles, dentre todas as mudanças pelas quais passaram no período de um ano, as que mais os afetaram foram as que diziam respeito à saúde. Um dado curioso e animador é que pelo menos metade dos entrevistados consideram que as mudanças nas suas vidas foram positivas.
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