Postado em 08/12/2017
Cristino Wapichana, Daniel Munduruku e Aurilene Tabajara, escritores de origem indígena e integrantes da Caravana Mekukradjá, estiveram no Sesc Birigui nos dias 5 e 6 de dezembro, conduzindo duas atividades: “Contando Histórias Indígenas”, na qual apresentaram um pouco de sua cultura a partir da narração de contos ancestrais de forma lúdica e interativa, e “Indígenas e Meio Ambiente: uma Relação de Parceria”, um bate-papo acerca do olhar indígena sobre a natureza.
Os três têm experiências relevantes no universo da educação e da literatura. Cristino é autor de “A Boca da Noite”, obra com ilustração de Graça Lima que recebeu o prêmio de Melhor Livro para Crianças e melhor Ilustração em 2017 da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) e que ficou em 3º lugar na modalidade Infantil do Prêmio Jabuti 2017.
Daniel também tem diversos prêmios. Seu livro “Vozes Ancestrais” ficou em 2º lugar na categoria Juvenil do Jabuti 2017. Aurilene Tabajara é escritora cordelista e também autora de “Magistério Indígena em Verso e Poesia”, livro adotado e editado pela Secretaria de Educação do Estado do Ceará.
Com a Caravana Mekukradjá, formada por pessoas de origens indígenas de diferentes Estados brasileiros, eles buscam difundir os saberes ancestrais, por meio não só da contação de histórias, mas também de saraus, bate-papos com adolescentes, conversas com educadores, entre outros tipos de eventos e encontros.
“O grupo tem como princípio básico de atuação uma tentativa de aproximar a sociedade brasileira dos saberes indígenas. O Brasil desenvolveu ao longo de sua história uma visão estereotipada das populações indígenas e isso acabou criando uma distância”, diz Daniel.
“A sociedade brasileira está bem distante da sociedades indígenas. Somos nações completas, que fomos dominados pela forma e sobrevivemos porque tínhamos que nos adaptar a isso. Com o grupo, temos a oportunidade de falar sobre isso, apresentar nossas histórias, como profissionais”, complementa Cristino.
“O nosso objetivo é fazer com que as crianças cresçam com o pensamento de não generalizar os índios. Nossas histórias têm uma mensagem de aprendizado, pra que as crianças vejam a gente de maneira normal”, finaliza Aurilene.