Postado em 23/11/2017
Entre os dias 24 e 26/11, o Sesc Pompeia trouxe o projeto Genéricx, uma série de oficinas com o intuito de suscitar o debate e as discussões sobre gênero e sexualidade. Foram três atividades gratuitas, entre sexta e domingo, buscando uma reflexão e conscientização dos participantes sobre tais questões.
No vídeo abaixo, oficineiros do Coletivo Trans Sol e Casa 1 contaram pra gente como foi a experiência:
Sexta, 24/11 - Pelo Olhar Do Outro
Priscila Nunes, do Coletivo Trans Sol orientou a oficina “Pelo Olhar Do Outro”, que propõe a moldagem de um objeto a partir de figuras sem forma, de acordo com as experiências dos participantes. O coletivo foi criado em 2016, com o objetivo de promover a inserção de mulheres trans no mercado de trabalho.
Confira as fotos dxs bonecxs que surgiram na oficina:
Sábado, 25/11 - Lambe Lambe Para Meninxs
A oficina “Lambe Lambe Para Meninxs” foi idealizada por Iran Giusti, idealizador do Coletivo Casa 1. “A ideia da oficina é realizar intervenções nas imagens do Tumblr “Criança Viada”. Partindo das imagens que geraram debate ao serem transferidas para o espaço das artes plásticas pela artista Bia Leite, propõe-se a reflexão a partir dos marcadores sociais de gênero no processo de formação de identidade.”, afirma Iran.
Imagens do Tumblr - Criança Viada
Domingo, 26/11 - Folha de Atividades
O Coletivo Casa 1, criado em 2016, é um centro de acolhimento para pessoas LGBTQ desabrigadas ou expulsas de casa, e esteve presente também no domingo, 26/11, com Bruno Novaes orientando a oficina “Folha de Atividades”. A ideia foi abordar práticas de desenho em uma reflexão sobre modelos padronizados de corpo, partindo de figuras de anatomia de materiais didáticos.
Oficina "Folha de Atividades" acontece no domingo, 26/11.
“A chamada ‘ideologia de gênero’ é uma realidade, mas não tem nada a ver com os estudos de gênero e da teoria queer, é na verdade a forma como gênero e sexualidade são ensinados na nossa sociedade, onde as únicas vivências possíveis são as heterossexuais e também completamente baseadas em fisiologia.”, diz Iran sobre o termo disseminado para identificar pejorativamente temas que refletem sobre a população LGBTQ.
Em meio às recentes polêmicas que tentam censurar vozes que levantam o tema, Iran avalia a importância da realização do evento no Sesc como “fundamental”. “Para além de questões políticas, é muito importante a gente entender como essa censura é hoje para quem fala sobre o tema, mas já é sentida por esses corpos dissidentes desde sempre, vide a violência constante que pessoas LGBT sofrem.”
“Debater gênero, em qualquer espaço é falar sobre possibilidades, sobre vivências, sobre experimentações e por isso fundamental.”, conclui Iran.
Para ouvir: