Postado em 09/11/2017
Num espaço expositivo e cênico, a trajetória septuagenária de um dos maiores grupos do teatro experimental é reconstruída por meio de fotos, filmes, cartazes, desenhos, depoimentos e textos, com especial atenção a sua passagem pelo Brasil nos anos 70.
Fundado em 1947 por Julian Beck e Judith Malina nos Estados Unidos, o Living Theatre teve um papel fundamental na inovação nas décadas de 60 e 70. Influenciados pelos estudos de Artaud, transformou os paradigmas de criação do teatro ocidental em um teatro plástico, performático e oriental. O revolucionário grupo saiu pelo mundo com seu teatro de repertório. O roteiro passou por mais de 20 países. No Brasil, a temporada se estendeu nos anos de 1970 e 71, onde teve várias peças montadas até que o Regime Militar prendeu Julian Beck e sua companheira, Judith Molina. Permaneceram dois meses presos até a expulsão do país.
O Living Theatre se manteve ativo em Nova York até 2010. A influência do grupo no teatro contemporâneo é reconhecida pelo mundo todo.
Este percurso está em exposto num espaço de referência e memória, aberto à convivência e à criação, no Sesc Consolação. A exposição abriga e ativa os traços e os fundamentos, as bases e as decorrências das encenações e ações diretas sobre a realidade do grupo americano.
No dia da inauguração da exposição, emocionado com o reencontro a este período em que conviveu com o grupo, o ator Sergio Mamberti fala um dos poemas de Julian Beck:
"O teatro da revolução é o teatro da alegria"
(Julian Beck)
Julian Beck (Nova York, 31 de maio de 1925 - Nova York, 14 de setembro de 1985) foi um importante ator dos Estados Unidos, ligado aos movimentos de vanguarda, diretor de teatro e poeta. Julian Beck, junto com sua mulher, a atriz Judith Malina estiveram no Brasil no início da década de 1970, trabalhando junto com o Teatro Oficina. Na ocasião, o casal estava no Brasil para trabalhar com o diretor de cinema José Agripino de Paula quando foram presos pelo Regime Militar.