Postado em 08/11/2017
Em novembro, o Sesc Ipiranga discute em sua programação a presença da mulher negra na arte e na educação e comemora a data com shows, oficinas, bate-papos e contações de histórias ao longo do mês. As mulheres participam da programação com shows, oficinas e bate-papos com muito empoderamento.
Nos dias 10 e 11/11 a cantora brasiliense Ellen Oléria sobe ao palco com um repertório que mexe com a memória afetiva de muitos brasileiros: Trilhas de Novelas. Ellen explora neste show sua versatilidade como intérprete e revê grandes clássicos que fizeram parte de trilhas sonoras dos folhetins da TV. Cantora, compositora e musicista brasileira, Ellen nasceu em Brasília e se formou em Artes Cênicas na Universidade de Brasília. Seu recente projeto musical é o Afrofuturista, trabalho em que a artista combina ritmos brasileiros como o samba, o forró, o carimbó, o afoxé, o maracatu com os timbres e arranjos contemporâneos que apontam para um encontro urbano de identidades e discurso do protagonismo das comunidades negras no Brasil. A versatilidade de Ellen estende-se também ao seu ativismo político que podemos acompanhar no ‘Estação Plural’, talk show criado pela TV Brasil para tratar de pautas de comportamento e temas do universo LGBT.
Já no dia 15, o coletivo Rimas & Melodias apresenta um repertório que mistura Rap, R&B e Soul, rimas e poder feminino. Formado em 2015, o grupo composto pelas artistas Drik Barbosa, Tássia Reis, Karol de Souza, Stefanie, Alt Niss, Tatiana Bispo e a Dj Mayra Maldjan, apresenta composições da carreira solo das integrantes, bem como as canções do álbum homônimo lançado pelo coletivo no segundo semestre deste ano. O “Rimas & Melodias” é um coletivo formado por manas que rimam e manas que cantam e que promovem um diálogo potente entre rap, r&b e neo soul, desconstruindo moldes e fortalecendo a presença feminina, sobretudo a negra, no hip hop, na música e na sociedade. Juntas, cantoras, MCs e DJs somam forças no levante das mulheres no rap, que, apesar dos avanços, ainda é um movimento dominado por homens.
Também no dia 15h, às 16h, acontece o bate-papo Donas da História, com Giovana Xavier, Bianca Santana, Amarílis Costa (Preta e Acadêmica), uma conversa com mulheres negras que se apropriaram das narrativas e estão contribuindo para que negras e negros não sejam apenas objeto de estudo, mas também os narradores da história.
No Espaço de Tecnologias e Artes, o coletivo Info Preta ministra dois cursos: Introdução à lógica de programação para mulheres e Lab Reparo. Info Preta é um coletivo que presta serviços tecnológicos feito por mulheres, como instalação de softwares, desenvolvimento de websites e aplicativos, manutenção e reciclagem de aparelhos eletrônicos, entre outros.
Nas contações, histórias sobre importantes heroínas e heróis negros, utilizando-se de linguagens artísticas diversas como recitação de poemas de autores negros, música, teatro e dança afro. A narração valoriza a cultura negra, exaltando e reverenciando a figura de dois ícones da cultura afro-brasileira: Dandara e Zumbi dos Palmares. Formado em 2015, o coletivo ‘AGÔ Performances Negras’ possui experiência em dança, música, teatro e contação de histórias. O grupo pesquisa a ancestralidade africana em seus trabalhos. No dia 11/11 as histórias são de Cafú e o Café; dia 15/11, sobre Dandara e Zumbis dos quilombos; e no dia 25/11, Eu Griot, em que o público é convidado a ler histórias, experimentar os instrumentos e cantar cantigas afro-brasileiras.
Em novembro, a Unidade também recebe o projeto ‘Faz a Roda Grande Mulher’, que apresenta vivências de empoderamento feminino e tem como proposta difundir a tradição do samba de bumbo, também conhecido como samba rural paulista e realizar vivências de resistência negra pela ótica do grupo Samba de Bumbo de Dandara, que se apresenta no dia 20/11, às 17h. O nome do projeto parafraseia uma famosa quadrinha “Faz a roda grande mulher, faz a roda grande mulher. Homem não sabe sambar, homem não sabe sambar”, reafirmando o foco das atividades para o empoderamento feminino. A ação é desenvolvida pelo grupo Samba de Bumbo de Dandara e pelos realizadores do curta- documentário “Esse Bumbo é Meu” (2016), que que será exibido também no dia 20/11, às 14h.
Encerrando a programação especial do Sesc Ipiranga, no dia 20/11, o rapper GOG lança seu 11º disco ‘Mumm-Ra High Tech e segue fiel à sua trajetória, agora sob uma roupagem que mescla beats eletrônicos com batidas contemporâneas. GOG utiliza sua música como uma ferramenta de denúncia, de conscientização e valorização das populações periféricas.
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Sesc ao pé do ouvido
Playlists criadas especialmente por artistas convidados e outras inspirações estão no perfil do Sesc SP.
Bom para acompanhar você quando estiver correndo, com saudade do Angeli e do Laerte dos anos 80 e outras cositas más. Chega mais!