Postado em 09/06/2017
Arnaldo Antunes, Curumin e a banda Cidadão Instigado são amigos de longa data, e colecionam histórias e parcerias. Esse mês, os caminhos dos três se cruzam no Sesc Pompeia através do Projeto Plataforma, cada um lançará seu mais recente trabalho no palco da Comedoria.
Durante uma sessão de fotos com a arquitetura de Lina Bo Bardi ao fundo, conversamos com eles para entender um pouco mais sobre cada lançamento, a relação com o palco do Pompeia e os momentos marcantes um com o outro. Confira abaixo:
“O Boca é meu quarto disco. Nenhum processo de criação é igual, cada gestação é uma história. Esse foi um pouco difícil de fazer, não foi um processo fluido e fácil, quase o contrário do meu último disco, o Arrocha. Foi bem no ritmo de 2016, um ano que teve muito essa onda mesmo. Ele foi sendo feito bem devagarzinho, foi bom para toda hora poder se distanciar do trabalho, olhar de jeito critico as ideias. A gente foi fazendo aos poucos mas com muito carinho. No show, vai ter participação de Ava Rocha, MAX B.O, Rico Dalasam, Anelis Assumpção e Saulo Duarte. Todo mundo família, parceiros na vida e na música” (Curumin)
“O show vai ser o lançamento do CD e DVD Ao vivo em Lisboa que a gente gravou em Portugal no final do ano passado, em um show no lindo Teatro São Luiz. Esse repertório já estava na estrada desde o lançamento do meu último álbum de inéditas Já É mas a gente transformou bastante o roteiro para gravar o DVD, com umas músicas que eu não tinha gravado ao vivo, algumas participações especiais que foram gravadas em Lisboa com a cantora Carminho, e o pessoal da banda Clã. A gente tá voltando com esse show renovado. O setlist tem várias músicas do Já É, mas também de repertórios mais antigos, uma panorâmica de vários momentos da carreira." (Arnaldo Antunes)
“O show é uma comemoração por a gente conseguir estar junto esse tempo todo, e também pelo lançamento de todos os discos de nossa carreira em LP pelo selo EAEO. Várias coisas que estão acontecendo durante esse tempo, como o filme de Ivo Lopes Araújo, Guardo Tudo nas lembranças que é pra nunca desistir, com os bastidores de gravação de nosso último álbum Fortaleza. O show tem direção artística de Felipe Hirsch, e ele escolheu algumas músicas para contar uma história meio que cronológica com os discos. Para nós, os 4 álbuns, 1 ep e 20 anos de história são uma coisa só, não faz sentido ver eles separados.” (Fernando Catatau, Clayton Martin e Regis Damasceno – Cidadão Instigado)
“Tem uma mística lançar álbum no Sesc Pompeia. Quando eu era criança eu assisti muito show por aqui também, tenho memórias muito boas. É um lugar abençoado da arte paulistana, vi muito show, muita peça, exposições... E estar fazendo parte disso hoje em dia, eu me sinto bastante realizado porque aqui é um templo da arte do Brasil.” (Curumin)
Curumin em bate-papo no Sesc Pompeia. Foto: Beatriz de Paula
“Eu adoro me apresentar aqui, tenho uma história longa. Aqui foi o primeiro lugar onde a gente se apresentou como Titãs do Iê Iê, antes, muito antes de gravar o primeiro disco. Depois veio a Fábrica do Som, fiz várias apresentações com o Titãs e de minha carreira solo. Eu tenho um apego, uma história quase que afetiva com o Sesc Pompeia, sempre fico muito feliz de estar aqui e rever o público.” (Arnaldo Antunes)
Arnaldo Antunes em participação no show "Sompoesia", em homenagem a Augusto de Campos. Agosto 2015. Foto: Ana Beatriz Barros
“Acho que não tinha lugar melhor pra gente fazer esse show, temos uma parceria de muito tempo com o Sesc.” (Fernando Catatau – Cidadão Instigado)
“Eu adoro a Comedoria do Sesc Pompeia, Teatro também, acho que é uma coisa bem clássica de São Paulo, eu gosto do astral” (Clayton Martin – Cidadão Instigado)
Cidadão Instigado na Comedoria do Sesc Pompeia lançando "Fortaleza", Abril 2015. Foto: Haroldo Saboia.
“É difícil escolher uma coisa só do Cidadão. Eles têm uma obra vasta, muito boa e diferente cada fase. Mas eu gosto e recomendo muito o disco Método Tufo de Experiências, e a música O Pobre dos Dentes de Ouro. Do Arnaldo, lembro muito do primeiro show que fiz com ele, em 1999, era o lançamento do disco Um Som na Bahia, no Festival de Verão de Salvador. Era uma das minhas primeiras experiências com um palco daquela dimensão, um público daquele tamanho. Estava assustado e admirado, o palco era tão grande que eu contava pra começar as músicas e as pessoas não ouviam no palco, então eu tinha que gritar '1,2,3'! Foi uma adrenalina muito grande, um começo de muita história” (Curumin)
“O Catatau produziu meu disco Iê Iê Iê, e estivemos juntos no palco algumas vezes. Foram momentos inesquecíveis a gente concebendo as músicas do álbum. Além disso, eu participei do disco Uhuuu!, do Cidadão, e me apresentei com eles aqui no Sesc Pompeia. E O Curumin toca comigo faz uns 20 anos. Temos uma história de muitas parcerias, de muito tempo.” (Arnaldo Antunes)
“O que a gente tem de massa com o Arnaldo e o Curumin é a nossa conexão, isso vale mais do que qualquer música, do que qualquer trabalho que a gente tenha feito. A nossa conexão é muito maior, é amizade e isso vale mais do que qualquer coisa” (Fernando Catatau - Cidadão Instigado)