Postado em 12/05/2017
Do dia 18 ao 21 de maio, a Comedoria do Sesc Pompeia recebe o festival Magnéticos 90, que conta com apresentações de Pato Fu, Autoramas, Graforréia Xilarmônica, Maskavo Roots, Gangrena Gasosa e Comunidade Nin-Jitsu. O line-up busca trazer nostalgia a quem acompanhou o cenário de rock brasileiro nos anos 90 e dá oportunidade às novas gerações de ver como era a música na época.
Gravando na raça
A principal intenção de Marcelo Costa, curador do festival, era bem maior que apenas um revival: a preocupação com a história contada em fitas cassetes. “Há muita música independente que nos anos 90 foi registrada apenas em fitas demo, e nos interessa lançar luz sobre esse material, mostra-lo, recupera-lo”, diz Marcelo.
Para montar o time de apresentações, foram escolhidas bandas que gravaram as principais demo tapes da década retrasada. Além dos escolhidos, Los Hermanos, Planet Hemp, Video Hits, Raimundos e Kleiderman também fazem parte da lista dos que gravaram em cassete.
Reencontro
As bandas convidadas se viram em uma experiência gratificante de poder relembrar o trabalho no palco, sendo que algumas até retomaram a formação original para o festival. Foi o caso da Maskavo, que conta com apenas um membro da formação original, o guitarrista Prata. Neste show, porém, a formação original se reúne. “Fazemos essas reuniões da primeira formação esporadicamente, então nossos shows tem um cunho muito mais de confraternização que qualquer outra coisa”, explica Pinduca, guitarrista.
Juntando forças
Dos anos 90 para cá, muita coisa mudou em diversos contextos diferentes, mas o que mais impactou o mundo e a forma de fazer música foi a internet. “Era simplesmente impossível imaginar, por exemplo, o conceito atual de crowdfunding, em que você pode contribuir pessoalmente para a realização de um álbum da sua banda preferida, participar de um disco que pode se tornar histórico e ainda ter o seu nome na ficha técnica como apoiador direto”, diz Zé Pilintra, que assume os vocais da Gangrena Gasosa.
De lá pra cá
As mudanças e avanços não foram sentidas apenas na forma de produzir música num mundo globalizado, mas o impacto também aconteceu na trajetória das bandas e nas vidas pessoais dos integrantes. “As maiores mudanças foram o peso, cor e falta de cabelos, filhos, mais experiência, menos ansiedade”, brinca Fernanda Takai, vocalista da Pato Fu. Gabriel Thomaz, do Autoramas, diz que, apesar do longo tempo juntos, o melhor momento da banda é agora, seja no palco ou na gravação de novos trabalhos. “Sempre tentamos coisas novas e, dessa vez, tempos a certeza que mudamos para melhor. Nos anos 90, tudo era muito cru e tosco”.
O Festival
As bandas conseguem enxergar no festival uma maneira de se apresentar para o público mais jovem. Para Frank Jorge, da Graforréia Xilarmônica, será bacana mostrar o repertório para um público novo, nascido no decorrer dos anos 90 e início dos anos 2000. As mudanças são inevitáveis, e o contraste do passado e do futuro nos shows trarão emoções ao relembrar de tudo isso. “Algumas coisas mudaram para melhor e outras para pior, mas em geral, acho que estamos caminhando”, reflete Pinduca.
Se você nasceu nos anos 1980, ouça aqui algumas das músicas que provavelmente embalavam as festinhas da sua adolescência. Se você nasceu depois, fica a oportunidade de conhecer essas bandas que marcaram época.
Ouça também o álbum "Coisa de Louco II" da Graforréia Xilarmônica:
Confira as fotos dos shows que aconteceram: