Postado em 19/12/2016
O que é o Plano Expandido?
Compreendendo o desenho como organizador do pensamento visual, mas também como recurso poético autônomo, o projeto Plano Expandido propõe à diferentes artistas a criação de intervenções que apresentem e problematizem questões atuais de sua produção autoral e os elementos fundamentais da linguagem no contexto da arte contemporânea. A primeira edição do projeto aconteceu de junho a agosto de 2016, com o artista argentino Nicolás Robbio.
Nesta segunda edição, Walmor Corrêa apresenta a instalação “Achillina Giuseppina Maria | Bo Achillina | Achillina Giuseppina | Achillina Bo Bardi|Lina Bo Bardi | Lina Bo”. A obra fica disponível para visitação de 9 de dezembro de 2016 a 19 de março de 2017, no Hall do Teatro do Sesc Pompeia.
A Eonline conversou com o artista que explica: “eu pensei nesse painel da seguinte forma, eu dividi em cinco núcleos, todos eles permeando pelas ruas que a Lina morou ou trabalhou pelo mundo. (...)”
“O primeiro retrato é astrológico, através da data de nascimento da Lina, a gente fez o mapa astrológico dela. Com esse mapa, conseguimos achar quais são os astros mais importantes na vida dessa mulher, sendo ela uma sagitariana, e chegamos também nas constelações que formaram a personalidade da Lina, segundo o estudo astrológico, e com essa informação eu produzi uma obra, que está exposta junto desse mapa, e dessa obra eu produzi uma série de selos que também faz um link com os CEPs, as ruas e a trajetória."
“Eu percebi que em todos os estudos que eu fiz, tanto grafólogo, numerólogo, astrólogo... e mesmo o dossiê que eu criei em cima da vida da Lina, que a Lina era uma mulher que tinha uma facilidade muito grande de adaptação, na Bahia ela era baiana, em São Paulo, era paulista, em Roma, ela era romana... Então isso me fez pensar nessas possibilidades de mudanças, e ao mesmo tempo ela ter uma trajetória concluída. Então fiz selos da Lina em cada um desses retratos.”
Assista no vídeo a entrevista na íntegra:
Sobre Walmor Corrêa
Artista cuja obra se relaciona estreitamente com a construção de discursos ligados à “factualidade da fantasia", seu trabalho procura problematizar o quanto de realidade efetivamente existe nos relatos científicos, por meio de um desenho bastante atrelado ao tradicional campo dos tratados anatômicos. O artista desenvolve desenhos minuciosos e ancorados na pesquisa de fontes, ora folclóricas, ora científicas. O artista constrói um discurso que tenciona a ideia de mito e realidade. Um de seus trabalhos mais conhecidos, “Unheimlich” (O Bestiário), consiste num conjunto de trabalhos que apresentam os detalhes anatômicos de criaturas fantásticas do imaginário popular brasileiro. Sua obra se estende pelos campos da pesquisa histórica, taxidermia, neurologia, desenho, pintura, escultura e instalação.
Walmor Correa está em atividade desde a década de 1980 e já participou de diversas mostras individuais e coletivas, com destaque para: Apêndice – Mostruário Entomológico, no Centro Universitário Maria Antonia – USP e XXVI Bienal Internacional de São Paulo (2004), Panorama da Arte Brasileira, no MAM-SP (2005), Cryptozoology, no Bates College Museum of Art, Lewinston EUA (2005) Dentro do Traço Mesmo, na Fundação Iberê Camargo, VII Bienal do Mercosul (2009), Teleplastias, na Fundação Cultural BADESC (2009), Assim É, Se Lhe Parece, no Museu de Arte Contemporânea Dragão do Mar (2012), Você que faz versos, no Museu Victor Meirelles (2012) e Metamorfoses e Heterogonia_Projeto Parede, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2015). Participou ainda das residências artísticas Fundação Smithsonian, Washington D.C. EUA (2014), Fundação Can Xalant, Mataró, Espanha (2008) e Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, (2008). Mataró, Espanha (2008) e Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, (2008).
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