Postado em 25/11/2016
Chega mais, não precisa ter vergonha. Conversar, trocar experiências, questionar, tirar dúvidas: tudo isso ajuda a exercer a sexualidade de forma plena e deixa o assunto mais natural, mais prazeroso – do jeito que deve ser. No aquecimento para o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, batemos um papo com a educadora sexual e enfermeira Maria Helena Vilela, diretora executiva do Instituto Kaplan.
Sexo é do bem.
O sexo faz parte da nossa natureza, todos queremos fazer. Sexo, por si, é do bem e faz bem ao ser humano. O que faz mal é quando não estamos preparados e temos atitudes que podem trazer consequências negativas para nossas vidas, como não usar o preservativo e pegar uma doença sexualmente transmissível, ou não se cuidar e ter uma gravidez não planejada.
Não precisa ter medo; precisa ter cuidado.
No final dos anos 80, toda uma campanha foi feita a partir do terror que era a Aids. Foi horrível perder gente, perder os amigos. Hoje não existe mais o terror daquela época: a Aids não tem cura, mas tem tratamento que permite uma considerável qualidade de vida. A motivação, dessa forma, não pode mais ser o medo, mas sim o que ganhamos com a prevenção.
Desenvolva habilidades.
Você sabe realmente como colocar a camisinha? Se você não souber como abrir, se ela vai desenrolar do lado certo, é claro que vai temer se atrapalhar todo, ficar com medo de perder a ereção. Essa habilidade precisa ser desenvolvida. É como dirigir um automóvel: uma hora não temos que pensar ao mudar para a primeira, segunda ou terceira marcha. Aquele que é capaz de colocar a camisinha no “piloto automático” é quem usa de fato a camisinha em todas as relações sexuais.
Quebre mitos e tabus.
Quem nunca ouviu algo do tipo: “usar camisinha é como chupar bala com papel”? Precisamos descontruir esses mitos que, em vez de alimentarem o auto cuidado, alimentam comportamentos que podem levar a uma situação difícil. Preste atenção a esses preconceitos, a esses tabus. Que tal repensar alguns conceitos? Por exemplo, em vez do “quem ama, confia”, trazemos o “quem ama, cuida”. E, principalmente: quem se ama se cuida.
Afinal, seu corpo pertence somente a você.
A gente tem um corpo. E esse corpo pertence a uma única pessoa: você. Então essa função do cuidado é sua, não do outro. Sou eu que me amo. Não posso delegar isso para outra pessoa.
>>Maria Helena Vilela participa da roda de conversa Entre beijos e carícias é dífícil interromper, no Sesc Consolação, no dia 01 de dezembro.
>>>>A programação completa do Dia Mundial da Luta contra a Aids 2016 você encontra aqui.