Postado em 13/11/2016
O grupo AS BAHIAS E A COZINHA MINEIRA é formado pelas vocalistas Assucena Assucena e Raquel Virgínia, por Rafael Acerbi na guitarra, Rob Ashtoffen no baixo, Carlos Eduardo Samuel no teclado, Vitor Coimbra na bateria e Danilo Moura na percussão. A sonoridade de As Bahias e a Cozinha Mineira é bastante diferente do que se costuma ouvir na música popular brasileira. Letras provocativas são acompanhadas de melodias fortes, influenciadas por blues e outros gêneros expressivos.
O repertório da apresentação utiliza, além do primeiro álbum da banda, Mulher,canções de outros compositores da música popular brasileira. Essa é uma prática comum nos shows do grupo. Assucena Assucena fala sobre a escolha: “O disco foi gerado em audições de Gil, Bethânia, Elza, Caymmi. A gente gosta de conversar com a contemporaneidade, que somos nós, e com a tradição, nossos mestres. Faz muito sentido colocar canções como “A Hora do Almoço”, de Belchior, por exemplo”. A cantora também promete um espetáculo mais poético, que conta com o performismo típico dela e de Raquel Virgínia.
Um dos temas mais relevantes no espetáculo, e no trabalho em geral da banda, é a abordagem de questões de gênero. O primeiro álbum, Mulher, explora o universo feminino vivido por duas vocalistas transexuais. “Existe um estereótipo em termos de população trans, uma associação direta com a prostituição. Vejo que para as pessoas não trans nosso trabalho tem sido importante. Mostramos que ser trans é normal e acho que isso quebra tabus”, esclarece Raquel.
A questão política é muito forte para o grupo. Assucena explica: “Um show, uma arte têm um sentido político aberto uma vez que são públicos”. Raquel completa: “No palco, mensagens estão sendo passadas o tempo todo. Existe necessariamente uma posição política”. O intuito do grupo é viajar em turnê com o espetáculo Etc. & Tal por um ano, até o lançamento do próximo disco, previsto para julho de 2017.