Postado em 08/10/2016
As mãos que ilustram esse ensaio abriram veredas para um tipo de arte que hoje se confunde com seu próprio nome.
Aos 80 anos, J. Borges, xilogravurista e cordelista mantém precisão cirúrgica para moldar os caminhos que percorrerão os veios da madeira até chegar na forma que deseja seu mestre.
A cada nova matriz, centenas de novas impressões nascem para irrigar o chão da arte popular.
Talento trazido à tona por Ariano Suassuna, que nas suas próprias palavras, o considerou o melhor xilogravurista do nordeste, J. Borges já levou sua arte e ensinamentos aos quatro cantos do mundo.
Além da aptidão propriamente dita às artes, J. Borges exerce fascínio sobre as multidões, razão pela qual, por exemplo, alcançou a marca de 120 mil cópias vendidas do seu cordel “A chegada da prostituta no céu”. O artista credita o sucesso a dois fatores: os temas comuns aos olhos do povo e o preço acessível que cobra pelas suas obras.
Convidado para integrar a programação complementar da Bienal Naïfs do Brasil 2016, J. Borges palestrou, demonstrou o ofício e aproveitou para visitar a exposição.