Postado em 12/08/2016
“Quem entender o samba vai entender muito mais o país. E vice-e-versa: quem estudar o Brasil vai entender o samba. Eles se misturam.” - Antonio Nóbrega
As raízes do samba, suas formas primordiais, os batuques regionais e as diversas variações desse ritmo, tanto na música quanto na dança, permeiam Do Semba ao Samba, novo projeto de Antonio Nóbrega. Concebido e dirigido pelo artista em coprodução e realização do Sesc São Paulo, Do Semba ao Samba ocupa a unidade de Pinheiros nos meses de agosto e setembro para celebrar o centenário do samba, cuja história tem como marco inicial o registro, em 1916, da composição “Pelo Telefone”, de autoria de Donga. O ponto alto do ciclo de atividades comandado pelo brincante será o show inédito Semba, apresentado no Teatro Paulo Autran nos dias 26, 27 e 28 de agosto, 2, 3 e 4 de setembro.
Do Semba ao Samba celebra o centenário do gênero, porém Nóbrega não se ateve às suas manifestações mais conhecidas. O artista buscou na cultura popular expressões como o Coco de Zambê, o Samba de Parelha, o Tambor de Crioula, o Batuque Paulista e o Jongo para conceber o projeto. “Samba é uma palavra de muitos sentidos”, afirma Nóbrega. “Além de dar nome a manifestações populares que congregam dança e música, significa também festa, baile popular, cantoria, brincadeira e pagode”. Uma das manifestações mais importantes do gênero é a “umbigada”, chamada pelos primeiros negros escravizados trazidos para o Brasil de “semba” (termo que, por fim, originou o “samba”).
Há quase uma década, Antonio Nóbrega vem investigando a música brasileira e transformando o resultado da sua pesquisa em espetáculos de música e dança: “Nove de Frevereiro (2007) foi uma síntese da minha relação com o frevo, o gênero que marca meu trabalho e início da minha relação com a música. Depois foi a vez baião, com o show Lua (2012), que era um passeio pela obra de Luiz Gonzaga. Agora chegou a vez do samba e daqueles ritmos que estão na raiz da sua formação”, explica.
Nascido em Recife, Antonio Nóbrega começou a estudar violino aos oito anos. Em 1971, Ariano Suassuna convidou-o para integrar o Quinteto Armorial. A partir de então, passou a estudar o universo da cultura popular e a criar espetáculos de teatro, dança e música nela referenciados. Estão entre eles: Brincante, Segundas Histórias, O Marco do Meio Dia, Figural, Na Pancada do Ganzá, Madeira Que Cupim Não Rói, Pernambuco Falando para o Mundo, Lunário Perpétuo, Nove de Frevereiro, Naturalmente e Húmus. Recebeu prêmios como o Shell de Teatro, o Tim de Música, APCA, Mambembe, Conrado Wessel e Governador do Estado de São Paulo. Com seus espetáculos, o artista tem viajado pelo Brasil e outros países. Recebeu duas vezes a Comenda do Mérito Cultural. Tem 12 CDs e três DVDs gravados. Em novembro de 1992, fundou com Rosane Almeida – atriz, bailarina e sua esposa – o Instituto Brincante, em São Paulo. Em 2014, o cineasta Walter Carvalho realizou o longa-metragem Brincante, dedicado à sua trajetória artística.
Dias 13 e 20/8 (sábados, 16h)
Sambadas - Com Antonio Nóbrega, músicos e bailarinos
Dia 16/8 (terça, 20h)
Aula-espetáculo Música e Poesia - Com Antonio Nóbrega
Dia 17/8 (quarta, 20h)
Aula-espetáculo Dança - Com Antonio Nóbrega e bailarinos
Dia 18/8 (quinta, 20h)
Mesa de Conversa Do Semba ao Samba - Com Com Antonio Nobrega, Luiz Tatit, Muniz Sodré e Ricardo Azevedo
De 26/8 a 4/9 (sextas e sábados, 21h; domingos, 18h)
Show Semba [ingressos à venda a partir de 16/8, pelo Portal SescSP, e 17/8, nas bilheterias das unidades]
De 30/8 a 2/9 (terça a sexta, 10h30)
Oficina Da Polirritmia Africana Aos Pulsos Rítmicos Brasileiros - Com Antonio Nóbrega e músicos
De 30/8 a 2/9 (terça a sexta, 14h30)
Oficina Na Pisada De Todos Os Sambas - Com Antonio Nóbrega e bailarinos