Postado em 01/06/2016
Após passar pelas unidades de Santos, Taubaté e São Caetano, a exposição Eu Vi Uma História: arte e narrativa popular no Acervo Sesc de Arte Brasileira chega ao Sesc Itaquera para uma temporada de 16 de julho a 18 de dezembro de 2016.
São telas, xilogravuras, esculturas, maquinarias e outras peças que compõem o Acervo Sesc de Arte Brasileira. A curadoria foi feita por Valquíria Prates e Marcela Tiboni e traz um recorte de obras Naïf e de arte popular que possuam uma forte característica narrativa.
Alguns desses artistas também participaram da Bienal Naïfs do Brasil, criada em 1992 pelo Sesc Piracicaba em uma iniciativa pioneira ao proporcionar espaço à arte chamada de naïf.
O termo arte naïf aparece no vocabulário artístico, em geral, como sinônimo de arte ingênua, original e/ou instintiva, produzida por autodidatas que não têm formação culta no campo das artes. Nesse sentido, a expressão se confunde freqüentemente com arte popular, arte primitiva e art brüt, por tentar descrever modos expressivos autênticos, originários da subjetividade e da imaginação criadora de pessoas estranhas à tradição e ao sistema artístico. A pintura naïf se caracteriza pela ausência das técnicas usuais de representação (uso científico da perspectiva, formas convencionais de composição e de utilização das cores) e pela visão ingênua do mundo. As cores brilhantes e alegres - fora dos padrões usuais -, a simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa, a visão idealizada da natureza e a presença de elementos do universo onírico são alguns dos traços considerados típicos dessa modalidade artística. (Fonte: enciclopédia Itaú Cultural)
Nas artes visuais, os pintores das chamadas obras populares e naïfs abordam com desenvoltura e constância a temática da narrativa. São histórias contadas num momento estático, mas que desfilam movimentos por meio das cenas. Neste sentido, o cotidiano de moradores, com situações políticas, corriqueiras ou mesmo repletas de fantasias faz-se de condutor na exposição Eu Vi uma História, afinal, quem nunca se perdeu, em seu dia a dia, pendurado em um corrimão de ônibus, nas maravilhas possíveis dos sonhos?
1) Mestre Molina
Mestre Molina, Vida na roça, 1980 |184 X 84 X 93 cm - foto: Alexandre Nunis
Vida na Roça - Mestre Molina - Vídeo: Fabíola Tavares
Manuel Josette Molina (1917-1998) nasceu em Bocaina, SP. As bancadas de Mestre Molina, que ele mesmo apelidou de geringonças, são mesas cheias de figuras artesanais que se movem com a energia gerada por um motor elétrico, reproduzindo cenas da vida no Brasil. Fábricas, serralherias, bares e outros locais de convívio foram abordados pelo Mestre, que, com a ingenuidade do olhar infantil típica do criador de brinquedos, retratou como poucos a legítima cultura popular do país.
2) Adão Domiciano Pinto
Adão Domiciano, Escravos noAdão Domiciano, Escravos no século XXI (II) 53,5 x 72,5 cm Mista sobre papel 2012
Adão Domiciano Pinto nasceu em Oswaldo Cruz, ES, em 1969, e reside em Cuiabá, MT. Utilizando a técnica da aquarela, de emprego raro entre os naïfs, Adão transita entre temas como a escravidão no Brasil e o tráfico madeireiro na Amazônia.
3) Maria de Lourdes de Deus
Maria de Lourdes de Deus Sousa, Urubus na prefeitura 70 x 50 cm Acrílico sobre tela 2000
Maria de Lourdes de Deus é pernambucana de Custódia e vive em Osasco - SP desde os dois anos de idade. Sua pintura caracteriza-se pelo uso abundante da cor, pelo recurso a uma perspectiva emocional, pelo abandono da ilusão do volume e da matéria e por acentuado horror vacui, com a superfície bidimensional de seus quadros preenchida de alto a baixo com figurinhas que se sucedem umas as outras no espaço, em soluções rítmicas e forte impacto visual.
4) J. Borges
J. Borges A psicanalista - 66,5 x 48 cm Xilogravura
José Francisco Borges nasceu em 1935, no sítio do Riachão, em Bezerros, PE. Suas xilogravuras, reconhecidas mundialmente, trazem a influência da literatura do cordel.
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A exposição investiga formas de contar histórias por meio da arte e proporciona o contato com a produção de artistas de diferentes contextos socioculturais, regiões do país e técnicas artísticas. Conta ainda com ateliês e espaços concebidos para a vivência artística e criativa, abertos à participação do público.
A exposição conta com equipe de educadores para visitas mediadas que atendem diversas faixas etárias (6 a 90 anos) e propõem atividades educativas junto às obras e nos ateliês de vivência artística e criativa.
O serviço de agendamento é gratuito para grupos escolares e instituições, em atividades livres ou monitoradas. Para o agendamento são necessários: Nome, CNPJ e endereço completo da instituição, além de telefone, fax ou e-mail e data pretendida para visita.
Consulte os horários e atividades disponíveis nos telefones (11) 2523-9286 / 9287, ou email agendesesc@itaquera.sescsp.org.br.
Artistas da mostra: Abraão Batista | Adão Domiciano | Aécio | Alex Benedito Dos Santos | Ana Amélia De Souza Camelo| Antonio Silva | Carlos Alberto De Oliveira | Carmézia Emiliano | Clemência Pizzigatti | Costa Leite | Crisaldo Morais | Elza Oliveira Souza | Emma Anunciação Valle | Givanildo | Iaperi Santos De Araujo | J. Borges | JCL |Jefferson Bastos | j. Miguel | João Pereira De Oliveira | José Luiz Soares | José Murilo Batista De Oliveira | José Pereira Silva | José Ribeiro Santos | Liane Casmamie | Ludovico Sarcinella | Manassés Borges | Manoel Graciano | Maria Bernadete Passos De Amorim | Maria De Lourdes De Deus Souza | Maria De Lourdes Monteiro | Mestre Molina | Neri Agenor De Andrade | Neves Torres | Nilo | Reuto Fernandes | Tânia De Maya Pedrosa | Tercília Santos